segunda-feira, 17 de maio de 2010

Centro de Estudos da Midia Alternativa Barão de Itararé

Entre os dias 14 e 15 de Maio participei da inauguração do Centro de Estudos Barão de Itararé.
Foi realmente uma oportunidade única e prazeirosa de constatar o início de uma luta em prol de uma midia alternativa antagônica à atual grande mídia dos "jornalões", da revista veja, das organizações globo.
Irrepreencível no seu formato e nas suas propostas, bem como constituido de um conselho consultivo do mais alto gabarito, plantou as sementes que certamente germinarão no sentido de afirmar esse conceito alternativo da informação honesta e plural.
Porem entendo que ao se mostrar disposta a lutar apresentou somente iniciativas baseadas no campo das ideias sem um plano de combate específico minimizando as atitudes do campo contrário (a direitona) que tem um projeto longevo e pragmático e seus colaboradores o executam diariamente com extrema diciplina, via de regra usando as prerrogativas a ela conferida pelas "famiglias" mediáticas.
Durante os trabalhos tive a oportunidade de conhecer o seu presidente o jornalista Altamiro Borges, e no único intuito de ajudar e somar enviei a ele um email onde manifesto a minha preocupação quanto a eficácia das iniciativas no sentido da afirmação e consolidação desse Centro de Estudos.
Reproduzo abaixo -
Meu caro Miro,
Tive o prazer de apertar a sua mão e portanto conhece-lo pesoalmente durante as reuniões do Centro de Estudos de Midia Alternativa Barão de Itararé.
Confesso que me senti como um "estranho no ninho", pois não sou jornalista, não sou ativista social e tampouco faço parte de sindicatos.
Sou um executivo da área comercial(mark./vendas), já calejado de tantas batalhas.
Obedecendo portanto a minha "natureza" e sem a pretenção de ser crítico, mas com a obrigação de ser analítico, entendo que:
Faltou-nos apresentar um plano, um projeto estratégico, priorizando um foco, o saber onde chegar, estabelecendo metas, responsabilidades, acompanhamento.
Projeto anticíclico, priorizando o combate contra a hegemonia perniciosa da grande mídia.
Continuamos a falar para nós mesmos-muita opinião e visão difusa das reais dificuldades, baseado em excesso de academicismo.
Estamos carentes tambem de informações objetivas, cruciais, informações estas vindo "de fora", suplantando o pensamento linear do atual nícleo duro pensante, o qual continua escravo da tirania das velhas certezas (hábitos). Sem ela não é possivel construir estratégias inteligentes, agressivas e vencedoras.
Lembrando Ortega y Gasset quando definia a postura de administradores/gestores.
Dividia ele os governantes entre Estadistas, Escrupulosos e Pusilâmines.
O Pusilâmine não é o momento de se julgar.
O Estadista seria capaz de atropelar o pai para chegar ao seu desiderato.
Já o Escrupuloso, em geral associado ao intelectual no poder, utiliza o escrúpulo como álibi para a não ação. Fica paralisado pela análise. Fernando Pessoa dizia que o escrúpulo é a morte da ação.
Resumindo, acredito que temos um acúmulo de intelectuais e nos falta um Estadista para tomar decisões afirmativas.
Nossas energias estão dispersas e funcionam como vetores perdulários a se extinguir no infinito. È preciso domestica-las, conecta-las e aproveita-las.
Pela excelência dos profissionais envolvidos e pela maravilhosa perspectiva de mudanças que o Barão de Itararé potencializa, não podemos desperdiçar essa incrível confluência de coincidências oporunas.
Um grande abraço.