sexta-feira, 31 de julho de 2009

Gastronomia - Máfia,/ reflexos empresariais

Gastronomia - Máfia
Como até em organizações criminosas, como estas que estamos acostumados a ver no cinema, existe uma pausa para a refeição em comum onde homens brutalizados e insensíveis, convivem fraternizados.
A culinária proporciona um ambiente de solidariedade, e não seria exagero deizer-se de um "espírito de corpo" extremamente necessário nas circunstâncias em que vivem.
Este tema é por demais controverso e complexo, analisando-se superficialmente, as vezes, nos surpreendemos pelo fascínio que ele exerce.
É evidente que não se concorda com os métodos nem com a violência daí oriundos, o que seria absurdo, mas que embala em nós um sentimento utópico de justiça, satisfazendo nossa indignação.
Como se pudéssemos praticar verdadeira metamoforse e nos sentirmos, nós próprios, dotados de poder para corrigir certas injustiças e satisfazer os instintos, aqueles escondidos no fundo do nosso caráter.
Assim fazendo parecería-nos como se estivéssemos praticando verdadeira catarse a jogar fora todas as nossas neuroses.
Gostaríamos, depois de ofendidos ou trapaceados, de revidar, dar o troco.
Embasados numa atitude quimérica de justiça, semelhante a um Don Corleone caboclo e, portanto, com métodos e requintes próprios da sensibilidade de cada um.

Reflexos empresariais
De como o tema máfia me fascina, seja em literatura seja em filmes.
Talvez o brasileiro comum gostaria de assumir poder semelhante, na tentativa de minorar a sua baixa estima, tomando atitude, cobrando seus direitos, assumindo a sua cidadania e como consequência exigir mais respeito daqueles que se dizem seus governantes.
Compreende-se que nada colabora para que esta nação finalmente desperte para o seu destino inevitável de grande nação.
Se analisarmos as diversões básicas que compõem o mosaico formador de opinião da população, vamos notar que o sentimento de altivez e de orgulho são reiteradamente usurpados.
Nas novelas, o que se vê, é uma eterna procrastinação da punição do vilão da história. E quando, finalmente, isto se dá, via de regra, não satisfaz toda a animosidade gerada através de meses de sofrimento e incentivos a impunidade.
Sem muita explicação plausível, transformam os "maus" em loucos e portanto imputáveis, ou matam-nos simplesmente em acidentes cretinos e inverossímeis.
Frustam o que poderia ser uma verdadeira terapia macro.
No futebol, somos sempre, os "bonzinhos" da história. Aceitamos resignados os desmandos, violência e catimba de nossos adversários. Não podemos, em hipótese alguma, revidar, mostrando afinal que antes de jogadores, são homens e em certo sentido estão ali representando o brasileiro, portanto com a obrigação de agir sem covardia. Assim fazendo, com certeza, estariam contribuindo com o aumento do sentimento de bravura que influenciaria a retomada do nosso orgulho.
O que se vê são narradores televisivos medíocres, incentivando os jogadores a se portarem como o eterno agredido resignado, oferecendo sempre o mesmo chavão batido e repetitivo, aquele que não devemos entrar no jogo do adversário.
Não que tenham de enaltecer a troca de agressões, mas que tenham a sensibilidade de entender rompantes de fibra e determinação ocasionais a contrariar a sua própria tendência à pacificação.
"O pacificador é aquele que alimenta o crocodilo na esperança de ser comido por último".
Voltando para o lado específico do profissional assalariado, ai também existem histórias (causos) os mais diversos a corroborar a existência da injustiça e da traição também, na vida corporativa.
Passei uma grande parte da minha vida profissional trabalhando, sob contrato, em vários Estados do Brasil.
Em uma dessas escalas encontrei um ser único e especial. Era meu vizinho.
Generoso, atencioso, me cercou quando da minha chegada, de tudo o que me faltava, dentro de uma circunstância bastante confusa que acarretam as mudanças.
Tornamo-nos amigos e havia grande familiaridade entre nós.
Para minha surpresa, todos se espantavam ao saber dessa amizade, havendo quem me sugerisse o afastamento desse convívio.
Esse alerta partia principalmente de meus empregadores. Com o passar do tempo, soube realmente, que este senhor, digamos, não pautava com a observância ortodoxa dos parâmetros legais.
Tinha sua própria linha de atuação e todos o temiam por não "levar desaforo para casa"- para dizer o mínimo.
Pois bem e para resumir. Na época do meu distrato houve algumas discrepâncias interpretativas que afinal iriam me prejudicar consideravelmente.
Mas, nesse instante, alguém lembrou que eu era vizinho, sabe de quem? Ele mesmo.
Pronto, os problemas cessaram e tudo foi resolvido satisfatoriamente.
Isto é somente uma ilustração daquilo que podemos chamar justiça indireta, obtida nas entrelinhas, apesar das circunstâncias desfavoráveis.
Mas não é o que acontece certamente, quando se analisa o grande espectro que compõe as relações capital/trabalho.
"Malvadezas" é o que não faltam. O que falta é uma grande quantidade de vizinhos que assumam atitudes heterodóxicas.
De qualquer forma e de maneira que satisfaça somente o nosso amor próprio, gostaríamos de ter o poder de converter em ação punitória algumas decepções e ofensas que o dia a dia nos apresenta. Seria um gesto egoísta e talvez até perverso, mas nos daria uma sensação orgástica de poder.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Gastronomia - Identidade

Identidade-
A questão da identidade se apóia primeiro na língua e, logo em seguida na culinária.
Fundamental para cada país conservar as suas origens e a sua cultura.
Não perder nunca a sua forma de cozinhar. Ressuscitar os valores conservados por mães e avós que obstinadamente preservam rituais culinários que somados continuam a contribuir e repassar a cada geração as peculiaridades que formam o inconsciente coletivo formador da nacionalidade.



A identidade é o que impomos às nossas vidas como seres sociais, históricos, políticos e até mesmo espirituais.
Conseguimos também identidade preservando nossa cultura gastronômica.
Portanto, máximo respeito ás identidades que conseguiram se manter ao longo dos séculos.
É na identidade que cada país apóia sua riqueza, ou ao contrário se submete servilmente a uma identidade mais forte - o que é deplorável.
O imperialismo é a exportação da identidade.
Conservar com denodo e reverência suas respectivas formas de cozinhar, e se orgulhar delas.


Procurar nossas raízes, enaltece-las, vincando o grande poder cultural que dali podemos extrair, transformando-os no grande capital que certamente formará uma identidade brasileira, altiva e orgulhosa.
"Nós só seremos civilizados em relação as civilizações, no dia que em criarmos o ideal, a orientação brasileira. E então seremos universais por que nacionais
Mario de Andrade.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Empresas

Comportamento do pensamento linear das empresas.
Os debates muitas vezes parecem dirigir-se para uma conclusão baseada só em números, estatísticas ou modelos econométricos.
Alguns dados tem o mesmo valor estatístico da temperatura média de um corpo, cuja cabeça está no freezer e as nádegas no forno.
Devemos encarar as estatísticas como bêbado encara o poste. Como apoio e não como luz.
O mundo escravo de análises que procuram ser exatas, em um cenário subjetivo, e hoje profundamente dependente do comportamento e das indossincrasias do ser humano.
Este sim, o vetor principal de mudanças.
Em seu último livro Salman Rushdie comenta "que ninguem deve procurar as culpas fora de si mesmo, de sua cultura, de sua tradição - os bárbaros estão dentro de nós, cada um é o seu próprio cavalo de Tróia".
Construimos o mundo em que vivemos ao longo de nossas vidas.
Por sua vez, ele também nos constrói no decorrer dessa viagem comum.
Assim vivemos e nos comportamos de um modo que torna insatisfatória a nossa qualidade de vida, a responsabilidade cabe a nós.
Reconhecer e assumir nosso medo, encontrar sua verdadeira natureza, talvez fosse um bom caminho na direção da coragem de que tanto precisamos hoje.
Errada está a realidade que teima em não se adaptar a "verdade" dos economistas que apostam somente no desempenho técnico do profissional, sem valorizar o ser humano - seus valores e princípios.

Causos empresariais

Por falar em espanhóis...
No passado recente, fui responsável pela introdução no Brasil de produto espanhol.
Aproveitando momento favorável devido à recente abertura do mercado brasileiro ao exterior, esta empresa anteviu a grande oportunidade de fornecer seus produtos a um mercado carente de produtos de qualidade, com alto valor agregado.
Dessa forma, começamos o trabalho e, imediatamente, os frutos começaram a ser colhidos, provocando em consequência, a vinda de executivos da Espanha para melhor dimensionar e avaliar os investimentos inevitáveis para melhor alavancar as vendas. Formar estrutura.
Com os espanhóis a tiracolo (eram dois), começamos a mostrar as peculariedades do amplo, extenso, generoso mercado brasileiro.
Finalmente chegou o momento de fazê-los conhecer o mercado do interior do Estado de São Paulo.
Em uma grande cidade do oeste paulista, visitamos uma grande empresa. Ali fomos atendidos por um jovem comprador chamado Alfredo, o qual se apresentou como sobrinho do proprietário.
Após as formalidades de praxe e sentindo ou intuindo uma certa empatia do jovem, inclinado a aceitar o negócio apresentado, os espanhóis se entusiasmaram e de forma muito direta e agressiva, começaram a oferecer vantagens comerciais cada vez maiores, dependendo da contra-argumentação do interlocutor.
Ele próprio, em determinado momento, ficou convencido de que estava entabulando um negócio lucrativo para a sua empresa e, portanto, tinha se portado muito bem, negociando com a firmeza e perspicácia de uma velha raposa.
Deixou transparecer, orgulhoso, que por ele estava tudo acertado- aceitava fechar o pedido.
Mas, sempre existe um "mas" - era necessário pedir a autorização final ao proprietário, seu tio. o qual se chamava Joaquim.
Sem problema, dissemos nós, já saboreando a vitória.
O rapaz levantou-se e dirigiu-se a uma sala contígua.
Entrou e, passados alguns segundos de silêncio, começamos a ouvir uns gritos e barulho de móveis arrastados com rispidez.
Mais gritos e murros na mesa.
De repente, sai o Alfredo da sala do tio, todo amarrotado e com os cabelos em pé, branco como um fantasma.
Aproximou-se da mesa, com os olhos arregalados e, gaguejando, nos disse:
- "Seu" Joaquim não concordou comigo e não vai fazer negócio nenhum.
Imaginamos que ele sugeriu que nós enfiássemos nosso produto no ... bem, deixa isso para lá.
Desapontados, mas entendendo o vexame do jovem, despedimo-nos e deixamos o local.
Sem uma palavra, os três, caminhamos em direção ao nosso carro e partimos.
Ainda em silêncio, percorremos algumas quadras quando, então, não aguentamos e começamos a rir e gargalhar, sem parar, comentando a estranheza da situação.
Daquele dia em diante, lembrando o semblante do Alfredo, todo amassado e envergonhado, passamos a ter como regra perguntar, a cada negócio que aparecia, se a decisão tinha sido tomada pelo Alfredo ou pelo Joaquim.
A história do Alfredo e do Joaquim se transformou imediatamente em uma peça de humor a confirmar a extrema importância da autonomia a reger nossas decisões que somente serão válidas quando embasadas da necessária confiança adquirida com a independência de quem se responsabiliza pelo seu potencial.

Gastronomia- O Homem Cordial

O Homem Cordial
Sem apologias e sem qualquer lição dignificante atrás dessa frase tão simpática, mas também tão enganosa- homem cordial.
A vida em sociedade para o brasileiro, "é de certo modo uma verdadeira libertação do pavor que ele sente de viver consigo mesmo". "Ele é antes um viver nos outros".
Essa foi a afirmação de Sergio Buarque de Holanda ao qualificar o comportamento do brasileiro comum.
Nada melhor do que "viver nos outros" do que a confraternização culinária, onde pessoas se congregam, se ajudam e principalmente fogem da solidão.

Convivemos, sem dúvida, com um dualismo histórico, conformismo/fatalismo, nossa herança ibérica. A nós descendentes de portugueses se evidencia o fator do conformismo, ou alguma ligado ao "Sebastianismo", sentimento de eterna espera a uma utopia imaginada.
O brasileiro ainda é morno em seus protestos e reinvidicações, esquecido de seus direitos e fundamentalmente ignorante do significado da palavra indignação.

Quanto ao fatalismo dos Espanhóis me permito ilustrar esse comentário, com fato acontecido durante a guerra civil espanhola (1936-1939)
Conta a lenda que os espiões eventualmente descobertos dentro de cada exército oponente, eram imediatamente julgados e inevitavelmente condenados a morte, sumariamente.
Descoberto um espião nas fileiras republicanas, procedeu-se da maneira costumeira- foi julgado e condenado a ser fuzilado.
Estavam na região de Murcia e fazia um frio terrível.
O tenente comandante do pelotão e encarregado de executar o prisioneiro resolveu, em virtude do frio, protelar a missão, continuando a aproveitar o ambiente acolhedor das fogueiras do acampamento. E para não afetar o moral da tropa, resolveu levar o prisioneiro ao seu destino fatal para lugar longe dos soldados.
Partiram, portanto, quase ao nascer do sol.
No caminho, e aí se evidencia o fatalismo espanhol, o preso exclama:
- Mi comandante, com hace frio aqui em Murcia.
E o comandante, concordando, respondeu:
-Mira usted que nosotros, todavia, tenemos que regressar!!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Gastronomia

Coerente com a proposta desse blog, ou seja, mesclar os 2 assuntos propostos- Gastronomia e Assuntos Empresariais - tentando encontrar um elo que os aproxime, bem como, buscando um denominador comum que os complete, hoje vamos focar Gastronomia:
Como diz Camara Cascudo " o significado da comida ultrapassa o simples ato de alimentar-se".
São muitas as tradidições que consideram a hora da refeição como semi-sagrada, de silêncio, compostura e de severidade.
Manda-se respeitar a mesa e, no interior, não se comia trazendo armas, chapéu na cabeça ou então sem camisa.
Comer junto é aliar-se: a palavra "companheiro" vem do latim "cumpanis", de quem compartilha o pão.
Portanto dar ênfase a importância da Gastronomia quando vista como viabilizadora e/ou catalizadora de interesses em reuniões que embora sociais, tem forte vínculo empresarial.
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Etiqueta
As refeições começavam com a entrada(entrèe), e acabavam com a finalização(sortie), mais tarde chamada de sobremesa(desert), do verbo "deservir" que indica finalizar um serviço.
Peculiaridades sutis de apresentação da refeição que embora afetadas foram fundamentais no encaminhamento de posturas mais civilizadas, protelando o convívio em torno da mesa, o que foi fundamental para visar o entendimento.

domingo, 12 de julho de 2009

Continuação postagem anterior

... Esse procedimento, de resto coincide com o Brasil de hoje, onde os economistas passaram, sem cerimônia, do seu lugar de origem, isto é, o staf para o setor de linha, na ponta da operação e esperam ser tratados como verdadeiros gurus, reservatórios onipotentes de verdades irrefutáveis.
Na outra ponta essa empresa, ainda coerente com a sua cultura rígida e preconceituosa, sofria problemas evidentes quanto ao relacionamento pessoal, pois este era precário, mau humorado e sem alegria.
Não contando com a prerrogativa do riso, da piada, do despreendimento e da camaradagem daí obtidos, não havia espírito de corpo, união, confiabilidade. A simbiose mágica e extremamente produtiva que liga um profissional com sua empresa fica dessa forma rompida e impede que ele tenha o inevitável e benfasejo sentimento de admiração e comprometimento e, portanto, a vontade de defender os interesses corporativos usando todo o seu potencial.
De resto, hoje esses valores estão se diluindo com o advento cada vez mais atuante da terceirização.

Ditadura financeira

Hoje, estamos assistindo o debate daqueles que apostavam no oráculo maior do sistema financeiro. Nesse mundo de faz de conta conviviam os magos e bruxos que decodificavam os maliciosos e, via de regra, perniciosos sinais emitidos pelo todo poderoso mercado.
A festa acabou!!!!
Até agora convivíamos com valores invertidos, dando valor extremo aos excessos cometidos pelos economistas de plantão, cuja orientação estava sempre vincada na visão financeira de qualquer problema, ou seja, a busca a todo custo pelo lucro em investimentos em derivativos e/ou outras artimanhas. Poucos estavam mesmo preocupados em produzir, em gerar bens de consumo real, de formar bolsas garantidoras de formaçaõ de ativos verdadeiros a consubstanciar, mesmo que parcialmente, a obtenção de algum lastro para garantir tanta irresponsabilidade financeira.

Agora, se me permitem conto um "causo" que vivenciei.
Houve uma época em que trabalhei em uma grande empresa, cujos sócios majoritários eram descendentes de alemães. De primeira geração, portanto ainda trazendo dentro de si, o rigor e a disciplina sempre presente na educação germânica.
Nessa empresa todos os executivos principais, gestores de cada divisão eram egressos do setor financeiro.
Com essa cultura era evidente que todas as decisões e estratégias passavam obrigatoriamente pelo oráculo sempre fiel da calculadora.
Mesmo, pasmem, aqueles produtos ainda embrionários, em fase de projeto e ainda necessitando de uma avaliação mais profunda sobre a sua aceitação no mercado, tinham que ser mensurados sob o ponto de vista financeiro. Visão estreita e preconceituada, focada nas estratégias que privilegiavam o binômio alta rentabilidade/alta margem de lucro.
As ponderações e pesquisas do setor comercial não eram consideradas, mesmo porque, os executivos dessa área eram subavaliados e de certa forma desprezados dentro de um contexto perverso de elitismo dos conhecedores de números.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Gastronomia

Origens
O primeiro restaurante foi aberto em Paris, por volta de 1765 por um homem chamado Boulanger(padeiro).
Não era um padeiro.
Era especializado em sopas. Sempre leves com variações de "bouillons"(caldos).
Ele chamou seu estabelecimento de "restaurante" porque o objetivo era "restaurar"(recuperar) as pessoas - ou seja, ajudá-las a se recuperar de várias doenças e indisposições, inclusive quando comiam demais ou bebiam em exagero.
Um verdadeiro pit-stop para comilões e beberrões.


Etiqueta
A etiqueta das refeições na corte francesa, atingiu seu apogeu na época de Luis 14, quando com a chegada do garfo estabeleceu-se o marco de um limiar cultural e psicológico que provocou mudanças bruscas no comportamento dos componentes de uma refeição e portanto influenciou o surgimento da confraternização social através da gastronomia.
Reuniões em torno de reifeição em comum utilizando utencílios próprios e abandonando costumes bárbaros que embruteciam os homens e, em consequência, não ofereciam ambiente propício para a confraternizaçã.

Gastronomia

A importancia da Gastronomia quando vista de forma mais abrangente e sem preconceitos.
Amortecendo e facilitando entendimentos, desobstruindo possíveis indissiocrasias ou antipatias, facilitando a aproximação e o contato de forma pacífica, buscando soluções compartilhadas.
Esses sentimentos são obscurecidos, quando mostramos unicamente nossa "máscara politica", obedecendo com isso, a tirania e os reclamos de uma sociedade frívola, hipócrita e fugaz.
Possibilita portanto, ao homem, mesmo porpouco tempo, ser verdadeiro.

terça-feira, 7 de julho de 2009

explicaçaõ

A este observador, talvez, fosse oportuno que focasse mais de perto onde efetivamente obteve informações, as quais, serão inevitavelmente alvo de suas ponderações.
Durante mais de 40 anos conviveu e portanto colaborou com empresas grandes, médias e pequenas, bem como, com multinacionais, tendo inclusive experiências como pequeno empresário. Esse é um universo de experiências acumuladas bastante fértil em análises, que nos conduzem a conhecer melhor as atitudes comportamentais das empresas através da somatória diversificada das pessoas físicas que a compõem.
Com esses elementos é possível colocar as empresas dentro desse novo contexto de desenvolvimento que até agora (antes da crise financista), privilegiava a globalização e primordialmente a competição predatória, vincada no enaltecimento do individualismo.
Empresas são entidades impessoais, pessoas jurídicas, portanto são regidas pelas decisões da somatória de suas pessoas físicas, que certamente darão a ela uma imagem e um caráter semelhante ao que pensam seus executivos e subordinados. Enfim, formarão a sua cultura.
Nesse momento é necessário também se observar que este universo está grosseiramente dividido entre grandes, pequenas e médias empresas.
É óbvio e cristalino que são categorias completamente distintas e cada uma delas detêm características e culturas particulares e antagônicas.
Necessário também esclarecer que aqui não se tem a pretenção de apresentar um "tratado", um "estudo" a dissecar os diferentes aspectos desse assunto, o que seria pretencioso demais, quanto mais não fosse, uma tentativa além do que se propõe esse blog.
Com o passar do tempo e parcimoniosamente aparecerão análises vividas, crônicas, citações, parábolas, etc, todas abordando de forma discontraída, com humor e espírito, esse tema.
Concomitante com esse assunto e com os mesmos alertas e explicações dados acima, gostaria também de partilhar outro tema que para mim é essencial quando se analisa de forma simples e descompromissada o comportamento humano.
Falo de Gastronomia.
Aprendi a conviver com a culinária e agradeço imensamente as circunstâncias fortuitas que a ela me aproximaram.
Ela é generosa quando nos preocupamos em entender sua significação e importância quando se analisa a evolução e aprimoramento do ser humano.
No decorrer do tempo vamos nos conhecer melhor, conhecendo os anseios, desejos, pecados, indiossincrasias e desabafos desses 2 universos aparentemente díspares, mas que tem seu elo de ligação e convergência, só necessitando um pouco de imaginação e ousadia para entender como convivem empresas "temperadas" pela Gastronomia.

Observador atento

O subtítulo desse blog parece um tanto autosuficiente demais.
Ao se intitular de observador atento assume o que na realidade não é capaz.
São raros aqueles que podem se considerar atentos. O ser humano não está preocupado em estar alerta, predisposto e desenvolver "o olho de ver", ou o "ouvido de escutar".
De manhã, pensa que acorda, mas, continua dormindo, ignorando e desprezando tudo à sua volta.
E é uma pena, pois os sinais e as respostas estão disponíveis e prontas para serem assimilados e compreendidos por quem quer se conectar e em assim fazendo dilimir dúvidas e encontrar soluções.
Portanto está ai o maravilhoso papel do observador.
" Na ciência oficial em progresso, o papel do observador se torna cada vez mais importante. A relatividade, o princípio da incerteza mostram-nos até que ponto o observador de hoje intervem nos fenômenos.
O segredo da alquimia é o seguinte: existe um meio de manipular a matéria e a energia de maneira a produzir aquilo que os cientistas contemporâneos chamariam um "campo de força".
Esse "campo de força" age sobre o observador e coloca-o numa situação de privilégio em face do universo.
Desse ponto privilegiado, ele tem acesso a realidade que o espaço e o tempo, a matéria e a energia habitualmente nos dissimulam."
Agora vamos focar o observador sob a visão de um filósofo:
"O ocre da encosta abrupta, o azul do lago, o roxo dos montes de Sabóia e ao fundo, as geleiras resplandecentes do Grand-Cambin, vira-os eu cem vezes. Soube pela primeira vez que nunca os olhara. No entanto vivia ali há 3 meses.
É claro, desde o primeiro instante, aquela paisagem deslumbrara-me, mas o que em mim lhe respondia não era mais que uma exaltação confusa. Claro, o Eu do filósofo é mais forte que todas as paisagens. O sentimento angustiante de beleza não passa de um assenhoramento pelo Eu que se fortifica, da distância infinita que dela nos separa. Mas naquele dia, bruscamente, soube que eu próprio criava aquela paisagem, que ela nada era sem mim - SOU QUE TE VEJO, E QUE ME VEJO A VER-TE, E QUE AO VER-ME TE FAÇO. Esse verdadeiro grito interior é o grito do demiurgo quando da sua criação do mundo".
Portanto, assumindo a minha condição de um humilde observador que tenta desesperadamente ser atento, espero poder, de alguma forma, contribuir no engrandecimento da Globosfera.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Competitividade


Da real importância de pensar de forma diferenciada e talvez valorizar conceitos heterodóxicos quando o intuito é o fortalecimento da marca junto ao mercado.
Será que aqueles responsáveis por essa formalização tem real conhecimento do que representa competir?
Dentro de uma sociedade individualista e cultora de métodos que privilegiam a competição predatória e sem escrúpulos, é obrigatório se perguntar como isso se reflete quando esses mesmos personagens elaboram as estratégias de suas respectivas empresas.
Nota-se entre os profissionais do setor uma certa arrogância e autosuficiência a nortear atitudes de soberba, que embora satisfaçam o seu ego, não são absolutamente salutares para a empresa.
Como pessoa jurídica uma organização é impessoal, sem rosto definido.Portanto é a somatória dos seus funcionários que dão a ela a sua ¨cara¨, a sua imagem.
Portanto, como dissociar atitudes que norteiam personalidades voltadas para enaltecimento da vaidade e do egoísmo, sem respeito para com o seu próximo, com o da imagem da empresa, expressa em suas atitudes de conquista do consumidor?
Quando analisamos os formadores de opinião, a Midia, encontramos semelhanças profundas a consubstanciar a arrogância daí decorrentes
A propaganda apequenou-se, amesquinhou-se. Perdeu a sua vitalidade criativa, enquanto seus profissionais continuam a valorizar o seu próprio trabalho, saciando-se com os julgamentos da sua própria comunidade.
¨Publicitários – delírio de auto congratulações¨.
Necessita repensar o seu poder como instrumento de influência, de ação e decisão.
Precisa ser mais honesta quando utiliza estratégias de linguagem, cria simulacros e principalmente quando se disfarça.
Esse é um universo de valores invertidos, subvertidos de mentiras, que passam a valer verdades.
¨O homem é o único animal que enrubece e também o único que tem motivos para isso¨. ( Mark Twain)
Talvez, o mais importante seria trabalhar para que suas respectivas marcas sejam encaradas de forma mais ecumênica, com mais valores e princípios, evidentemente não desprezando o seu teor mercadológico e prático.
Incluir em suas estratégias conceitos que confiram às marcas uma carga política, pragmática e ideológica maior que apenas Marketing e batam mais fundo como compromisso do que programas laudatórios e principalmente frases ao vento.
Projetos voltados para usos sociais e politicamente legítimos ganham espaço em escala global. Predomina a ascendência por temas como inclusão social, emancipação e, principalmente desenvolvimento.
È preciso compatibilizar o binômio tecnologia e desenvolvimento.Fica evidente que o futuro da tecnologia depende cada vez mais da existência de projetos de desenvolvimento
Portanto, fica evidente também que as empresas ao pensar o seu crescimento, se detenham a analisar como poderiam contribuir para o bem estar social.
O melhor seria se formulassem um projeto capaz de politizar as suas estratégias.
Nota-se que são posturas que enaltecem o lado não racional da vida. Que exigem sensibilidade, intuição e principalmente respeito.
Assim a dúvida é se os encarregados dessa mudança estão preparados para isso.