sábado, 3 de maio de 2014

Sobre o Autor

Hoje se consubstancia como normal e verdadeiro os velhos e cansados rituais de apresentação e-ou de se conhecer uma nova pessoa, seja na informalidade de um encontro pessoal ou mais frequentemente em eventos sociais, onde invariavelmente, além do nome, é obrigatório declarar o seu "status" profissional, qual o ramo de negócio e outros interesses.
A hipocrisia dessa prática formal de aproximação pseudo educada e dentro das etiquetas do bom comportamento, esconde, na verdade, uma atitude evidente de aproveitar possíveis sinergias vantajosas.
Dançam, portanto, um minueto artificial e pouco confiável a demonstrar claramente o caráter ambicioso do encontro.
Eu, ao contrário, proponho visualizar somente o meu lado humano, oferecendo, com franqueza, o meu perfil verdadeiro, mostrando com honestidade suas esperanças, percalços, idiossincrasias, desejos, enfim querendo que se visualize não a minha máscara política, mas o minha máscara social, real, aquela que realmente valorizo como humana.
Os homens desaprenderam esses ensinamentos, os quais são reverenciados desde os gregos com o estoicismo que na palavra de Cícero diz:
"Se a natureza determina que devemos respeitar um homem apenas pelo fato de sua condição humana, é inegável que sempre segundo a natureza, há algo que é de interesse comum a todos os homens; se assim é , somos todos sujeitos a uma só lei natural, que proíbe atentar contra os direitos alheios. Cada qual deve , em todas as matérias, ter um só objetivo; conformar o seu próprio interesse com o interesse geral; pois se cada um chamar tudo para si, dissolve-se a comunidade humana".
Corro o risco de ser chamado de sonhador ou de crer em utopias, mas como afirma a parábola do escorpião e da rã, esta é a minha natureza.
Obedecendo estes princípios declaro que:
Meu nome é Fernando Teixeira de Simas, tenho 72 anos de idade, sou casado com Rosaly a 42 anos, tenho 4 filhos (3 mulheres e 1 homem), moro e amo a cidade de São Paulo e aqui vivo a mais de seis décadas. Gosto de futebol (sou são-paulino), conversa inteligente com cerveja,cinema, teatro, livros, restaurantes (quando cabem no orçamento) e viajar.
Não tenho religião e acredito profundamente na força do homem, com seu cérebro privilegiado e na natureza.
Sobrevivi até aqui, por mais de 45 anos, contribuindo com o capitalismo, e sob uma análise sócio-econômica, com a combustão da minha força de trabalho fortalecendo portanto a eterna disparidade de interesses que configuram o binômio trabalho-capital.
Sendo assim tenho plena convicção em enaltecer os valores que privilegiam os contatos que vincam as relações de confraternização, amizade, generosidade, as quais deveriam ser obrigatoriamente as relações interpessoais.
Lembro, a propósito, a piada do "caipira" que na sua condição de pequeno arrendatário de um grande e influente fazendeiro, foi convidado - com certeza para consubstanciar sua falsa atenção aos mais humildes -a um jantar na suntuosa sede da propriedade.
Lá chegando e se sentindo um verdadeiro "estranho no ninho" foi sucessivamente apresentado a todos os chamados dignatários presentes. Depois de exaustivos contatos, foi finalmente apresentado a um senhor emperdigado e muito pedante, digno representante dos atuais "dândis" que representam os bem nascidos. O homem olhou o caipira com desprezo e muito altivo disse:
-----Olvídio a seu dispor.
O caipira saindo com as botinas rangendo, resmungou:
---- Olvídio, nome mais feio - parece nome de "oreia"!!!
Mal comparado sou portanto, um caipira que se arvorou o direito de participar, modestamente, do mundo literário.