segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Causos Corporativos

O Orgulho
Como já argumentei em post anteriores os nossos "Causos Corporativos" estão umbilicalmente ligados ao comportamento do ser humano, este sim o principal ator dentro da "comédia" do desenrolar dos fatos que determinam o destino das empresas.
Este incrível ser humano ainda moldado por valores que privilegiam a ganância, o lucro apesar de tudo, a falta de sensibilidade para o sofrimento alheio e principalmente ignorante e despreparado para enfrentar o novo, a mudança que se configura inevitável, influenciando a política, a economia a religião, contrariando aqueles apologistas do fim da história.
Ao contrário começaremos a conviver e moldar uma nova história que se mostrará surpreendente e paradigmática.
Dentro dos valores que hoje o homem cultua com imenso respeito está o orgulho que , na verdade, não é um valor moral, mas um pecado capital.
Orgulho por ter sucesso profissional, pela ascensão social, por se considerar uma pessoa honesta (?), por ter constituído uma família, etc.
Outros se orgulham de coisas menos nobres, como a resistência bebida (posso beber a quantidade que for, não fico bêbado), a ter uma aparência de modelo (beleza é fundamental, já dizia a loira burra), a ser um atleta sexual, etc.
Pensando nisso, outro dia, ao levantar a noite para ir ao banheiro, e no ato de fazer xixi, acometeu-me imensa vontade de peidar.
Sozinho no banheiro, sabendo que todos dormiam, liberei os impulsos flatulentos e me admirei com a verdadeira salva de artilharia que a cada esforço eu produzia.
Ra-ta-ta-tum e novamente ra-ta-ta-tum e a cada início eu duvidava que conseguiria chegar a um novo tum final. E conseguia.
Me senti envaidecido e ao mesmo tempo pesaroso pela falta de platéia a assistir a esta verdadeira sinfonia peidorreira.
Mas de qualquer forma me senti, pasmem, extremamente orgulhoso.
Ao voltar a dormir, minha mulher ainda sonolenta, reclamou do barulho de uma motocicleta com o escapamento aberto, provocando um pipocar altissonante que a acordou.
Sorrindo disfarçadamente, não pude deixar de me sentir poderoso.
Comecei a rememorar a história do japonês que certa madrugada invadiu uma delegacia e ante a estupefação dos policiais, gritava misturando revolta e indignação:
------Japonês perdeu presson!!
------Japonês perdeu presson!!
Depois de acalma-lo o delegado conseguiu entender que o infeliz, na verdade estava ali para fazer um BO de agressão por estupro.
Havia sido assaltado e ante a sua resistência o bandido alem de rouba-lo, por vingança, o violentou.
Mas a desvirginação (o japonês alegou que era vigem) não o incomodava.
Ainda tímido e envergonhado, expôs gaguejante que tambem ele se orgulhava do ribombar altissonante do seu aparelho peidador.
Explicou que o assaltante havia provocado uma pequena tragédia ao violenta-lo, pois alegava que o ato teve consequências funestas ao priva-lo da sua pressão.
Ainda sob o olhar admirado de todos, esclareceu que antes peidava e provocava sons semelhantes a uma corneta tocando o alvorecer. Agora ao perder pressão peidava sem barulho, frouxo, sub-repticiamente, nas entrelinhas, covardemente.
Portanto fico feliz, pois ainda tenho bastante pressão e desta forma posso, ao contrário do japonês, me orgulhar da sonoridade bombástica dos meus flatos.
Espero nunca encontrar esse assaltante tarado.
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Causos Corporativos

Choque de Idéias -
Situação inusitada a compor um cenário misto de empreendedorismo racional e desenformação inocente (sem malícia), porem produtiva.
Joseph shumpter versus desastrado/ acaso.
O empreendedor é o agente do processo de "destruição criativa" que, de acordo com Joseph Shumpter, é o impulso fundamental que aciona e mantem em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e implacavelmente sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros.
Esse é um conceito pensado e estruturado, oferecendo ampla possibilidade - teórica - de desenvolvimento.
Quem o segue portanto, alem de possuir o "instinto animal" (Delfim Netto) do empresário, via de regra é pragmático em seus objetivos.
Em contra partida existe o desastrado, com sua habilidade involuntária.
Por meio de uma ação descontrolada, basta a sua presença, para que, sem razão e a despeito de sua vontade, o mundo fique de pernas para o ar.
O desastrado está implicado na invenção do que não existe, do que é inimaginavel.
A realidade tambem será reinventada. O desastrado sai para registrar tudo o que vê e acaba encenando, a despeito de sua vontade, os fatos que não existiriam sem a sua presença e que ele espantosamente não percebe.
Ele tambem provoca uma "destruição criativa" de forma instintiva.
O desastrado aquele que promove mudanças radicais usando somente o não pensar, a desenvoltura do acaso, do inesperado.

Histórias...
Minha mulher é uma empreendedora nata, buscando na sua atividade de artesã, sair do lugar comum e inovar em seus artefatos de crochet e tricot.
Certa feita fui com ela negociar junto a outro pequeno empreendedor um stand em feira promovida por ele, aproveitando espaços ocasionais e provisórios, sempre aos domingos.
Em seu escritório esperando para ser atendido começamos a conversar com as atendentes, mostrando as peças que seriam expostas.
Em determinado momento e pedindo discrição e sigilo, confidenciei - brincando evidentemente - que na realidade era eu quem fazia as peças de crochet já bastante elogiadas
Disse tambem que não assumia esse fato por vergonha e talvez por machismo.
As meninas, por incrível que pareça compraram a idéia e entre crédulas e surpresas espalharam a fofoca, o que acarretou inclusive, quando fomos chamados para concluir o negócio, um sorriso cúmplice e confortador do jovem gay que nos atendeu.
Minha mulher naturalmente não gostou da brincadeira, mas até achou a idéia interessante e hoje sou obrigado a aprender a fazer tricot para ajudar na produção!!!
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Quando da minha aposentadoria e obedecendo as regras do INSS, compareci muitas vezes a uma agencia da Caixa Economica Federal.
Tudo caminhava bem e efetivamente recebi todos os meus direitos conforme os prazos determinados.
Sòmente o referente ao PIS-Pasp não funcionou. A cada data estipulada aparecia um proble
ema e tudo se complicava.
Fui obrigado a brigar diretamente com a gerência e por fim, obtive a certeza que em tal data tudo estaria resolvido.
Portanto obedecendo o cronograma, fui até a agencia da CEF no dia estipulado.
A agencia fica em uma avenida importante de SP e estava completamente interditada em virtude de um acontecimento muito especial - por ali ia passar o cortejo de sua santidade o Papa Bento XVl.
Ao ser atendido e conversando com a funcionária, contei a ela todas as minhas idas e vindas, desencontros, mal entendidos e brincando, profetizei - só receberia aquele dinheiro no dia que o Papa passasse por ali!!!!!!
A mulher arregalou os olhos e quase desmaiou já acreditando em um milagre, e entre maravilhada e perplexa exclamou:
---- O Papa passou por aqui!!!!!
A admiração foi total e voltei para casa com o dinheiro no bolso.
Obrigado senhor Papa.

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Após visitar um cliente em São Caetano vinha eu com minha Brasilia 79 pela Rubem Berta, logo após ao aeroporto de Congonhas e tambem após a Avenida Bandeirantes, e aí... surpresa - o melhor é contar rápido, sem pensar muito - um pneu caiu em cima do meu carro!!
Foi um impacto fortíssimo. Por sorte caiu do lado do carona (eu estava sozinho), quebrando o parabriza e se acomodando, em parte, no banco dianteiro.
Susto? Susto é pouco.
Estava no meio da avenida e precisei de muito sangue frio para , primeiro assimilar aquele absurdo e depois levar o carro com segurança até o acostamento lateral.
Consegui chegar até um posto de serviço e lá estacionar.
Nesse momento chega esbaforido o causador do estrago.
Ele tambem foi vítima do inesperado. Vinha ele pelo lado oposto da avenida, quando a roda dianteira se desprendeu e começou um estranho balé saltitando entre os carros, depois uma pulou uma passarela e caiu em cima, sabe de quem? Advinharam.
Sem contar as despesas, aprendi que ao sair de casa o melhor é estar atento e aceitar resignado as artimanhas do acaso.


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Causos Corporativos

"O vender como objetivo primordial".
Empresa espanhola recém chegada ao Brasil, fabricante de produtos de alta qualidade, buscando a estratégia correta para atingir um mercado ainda carente de produtos importados.
Foi a época em que |Fernando Collor finalmente abriu as portas do mercado brasileiro ao exterior.
Tinha e acredito que ainda tem enorme prestígio e seu nome é referenciado como "top de linha" em todo o mundo.
Promove anualmente nas suas fábricas na Espanha (região de Valencia) suas próprias feiras de promoção de novos produtos, onde recebe em casa a totalidade de seus clientes, bem como seus convidados - todos ligados no mesmo mercado.
Era uma festa maravilhosa e tambem muito produtiva. Show Rooms extremamente sofisticados apresentavam suas novas coleções e imediatamente eram coletados as respectivas ordens de compra.
Todos, absolutamente todos, desde o presidente até a recepcionista estavam ali para vender - sem eufemismos ou "não me toques".
Servia em média 2000 refeições/dia e possuía 2 bares, atendendo desde o café da manhã até o happy hour.
Agora em exemplo de como o espírito vendedor se concretiza como conceito irrefutável, evidenciando a autonomia de cada funcionário.
Cena - um dos bares:
Cliente brasileiro acabava de contratar um excelente pedido de compra.
Foi convidado, para brindar e comemorar esse início de parceria, em um dos bares.
Era um apreciador de conhaques e trazia consigo uma lista de nomes de marcas que estava interessado em comprar..
Pediu então ao barman que desse sua opinião e o orientasse para que de fato adquirisse o melhor.
O barman analisou a lista e disse-lhe que todos ali eram marcas de ponta, mas que infelizmente não mencionava o nome daquele que efetivamente ostentava o título do melhor entre os melhores.
Era um conhaque raro e de procedência nobre, portanto muito caro.
O nosso cliente imediatamente perguntou onde encontrar tal raridade. O barman se afastou por um momento e voltou com uma garrafa fechada daquele conhaque.
Abriu e serviu uma dose. Ao provar demonstrou grande admiração e aprovação entusiasmada.
No mesmo instante o barman fechou a garrafa e entregou ao cliente dizendo:
--- È seu, com nossos comprimentos.
Nota-se aí que o presente foi dado de imediato, sem pedir autorização de ninguém.
Autonomia visando o sucesso nos negócios

domingo, 2 de setembro de 2012

Causos Corporativos

Empresas - suas histórias...
Duas casas coligadas, situadas em avenida tradicional de São Paulo.
Ali se concentrava os escritórios de vendas de várias divisões que compunham o grupo de uma Multinacional.
È possível imaginar a agitação e o vozerio quando, à tarde, todos esses profissionais de venda se encontravam.
Era a hora da prestação de contas sobre os resultados daquele dia de trabalho, mas era tambem o momento de descontração, de piadas, de riso, caracteristicas próprias dos vendedores.
Ao se encontrarem na sala de café, exteriorizavam com espírito suas experiências do dia, o que gerava, via de regra, um intercâmbio salutar e proveitoso.
Após o expediente normal, quando os funcionários administrativos saiam, os trabalhos de vendas continuavam (reuniões, pedidos, solicitações à fábrica etc.).
Nesse momento apareciam figuras curiosas e surpreendentes, a provar quão liberal e provocador era esse ambiente.
Amigos e fornecedores de alguem da casa surgiam de repente - o vendedor de bilhete de loteria ("o paisano"), com sua simplicidade, negociando, cobrando dívidas anteriores, explicando porque ainda não tinha vendido uma sorte grande, enfim uma "figuraça" que se tornou muito querido.
Nessa hora, à noite, já sem serviços de copa, era o paisano quem lavava a louça e fazia o café.
Em outros dias recebíamos a visita do fabricante de gravatas e tambem do alfaiate, o Salomão, judeu, que permitia a compra dos ternos em "várias e modestas prestações".
Enfim trabalhava-se muito, mas era tambem muito divertido.
As fábricas, bem como a diretoria executiva da empresa estavam situadas no interior do Estado, mas o presidente na época, louve-se, era um ouvinte atento e compreensivo. Ao mesmo tempo era um fervoroso incentivador desses devaneios heterodoxos e tão produtivos do Departamento de Vendas.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Causos Corporativos

Empresas com a ousadia do sentimento -
Sim, aquelas que demonstram, sem medo, um viés humanitário verdadeiro, privilegiando e valorizando o ser humano.
Empresas com "vontade de sonhar". De incutir o sonhar no inconsciente coletivo de suas prioridades.
Elas deveriam contar histórias - de sua fundação, do seu desenvolvimento, da sua relação com clientes, fornecedores e principalmente histórias de seus funcionários, que sem dúvida a levaria a ser conhecida e classificada a partir da sensibilidade daqueles que formam a "sua cara".
Algumas histórias -
Houve uma época em que aquele gerente de vendas, obedecendo a um irrefreável instinto provocador, executava toda manhã o mesmo mantra.
Subia as escadas que o levariam à sua sala e gritando:
-- "Comigo não hein ... porque eu sou é homem!!!!!
No começo os funcionários se surpreendiam, mas com o tempo esse procedimento gerava não só humor e alegria mas promovia um salutar congraçamento (espírito de corpo).
Só deixou de expressar seu grito de guerra quando o cantor Ney Matogrosso, lançou a música "menino eu sou é homem". Os motivos são óbvios, mas não foi o bastante para impedir que a gozação continuasse por muito tempo.

Este mesmo gerente, em época de fechamento de mês, onde todos são cobrados para atingir suas metas, momento estressante portanto, chegou ao escritório quase noite, após ter dado expediente durante todo o dia na fábrica (interior do estado).
Dia horrível, chuvoso, pesado. Chegou todo molhado e com os sapatos enlameados.
Na porta, logo na entrada, desesperou-se ao ver a secretária segurando enorme quantidade de papeis, atrás dela o gerente regional mais uns quatro vendedores ávidos pela sua atenção.
Dirigiu-se à sua sala seguido de todo o séquito, todos falando ao mesmo tempo e disputando quem seria atendido primeiro.
Já cansado e bastante nervoso, não teve dúvidas - arrancou um dos sapatos e atirou contra a parede. Gritando e gesticulando expulsou todos da sala batendo a porta.
O sapato curiosamente deixou a parede marcada. Esta atitude ficou célebre na empresa, exemplificando que o chefe está "subindo nas paredes" - cuidado!
Ninguem teve ousadia de limpar marca tão significativa.

sábado, 4 de agosto de 2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Causos Corporativos

Alfredos e Joaquins -
Embora o título possa enganar veremos no final que podemos assimilar muitos ensinamentos se tivermos a humildade de interpretar histórias/e ou metáforas simples, principalmente se contiver um pouco de humor.
Não se trata de piada relacionada com português.
De uma certa forma e de maneira indireta, trata-se de uma história com a participação efetiva de espanhóis.
È verdade tambem que o espanhol cultiva junto com o português sua herança ibérica, aliás, depois legada aos seus conquistados, ao Brasil inclusive - conformismo e o fatalismo.
O conformismo português estreitamente ligado ao "sebastianismo" ou seja a eterna espera pelo Rei Don Sebastião, tido como aquele que faria a redenção de Portugal - e que teimosamente nunca retornou.
Para ilustrar o fatalismo espanhol vale rememorar fato acontecido durante a guerra civil (1936-1939).
Conta a lenda que os espiôes eventualmente descobertos dentro de cada exército, eram imediatamente julgados e inevitavelmente condenados a morte, sumariamente.
Descoberto um espião nas fileiras do exercito republicano (pró-Franco) procedeu-se da maneira costumeira - morte por fuzilamento.
Estavam na região de Múrcia e fazia um frio terrível.
O tenente comandante do pelotão e encarregado de executar o prisioneiro resolveu, em virtude do frio, protelar a missão, continuando a aproveitar o ambiente quente e acolhedor das fogueiras do acampamento.
E para não afetar o moral da tropa, resolveu levar o prisioneiro ao seu destino fatal para lugar longe dos soldados.
Partiram portanto ao nascer do sol. No caminho e aí se evidencia o fatalismo espanhol, o preso exclama:
- Mi comandante, como hace frio aqui em Murcia.
E o comandante concordando, respondeu:
Mira usted que nosotros todavia tenemos que regressar!!
Vamos então à nossa história:
No passado recente fui responsável pela introdução no Brasil de produto espanhol, relacionado com o mercado de material de construção.
Aproveitando momento favorável devido à reabertura do mercado brasileiro ao exterior, esta empresa anteviu a grande oportunidade de fornecer seus produtos a um mercado carente de produtos de qualidade, com alto valor agregado.
Dessa forma, começamos o trabalho e, imediatamente, os frutos começaram a ser colhidos, provocando em consequência, a vinda de executivos da Espanha para melhor dimensionar e avaliar os investimentos inevitáveis para melhor alavancar as vendas. Formar estrutura.
Com os espanhóis a tiracolo começamos o trabalho e em determinado momento chegamos à cidade de Ribeirão Preto e aí, com entrevista marcada, fomos recebidos por um cliente de porte médio.
Nos atende um jovem comprador chamado Alfredo, o qual se apresentou como sobrinho do proprietário.
Após as formalidades de praxe e sentindo ou intuindo uma certa empatia do jovem, inclinado a aceitar o negócio apresentado, os espanhóis se entusiasmaram e de forma muito direta e agressiva, começaram a oferecer vantagens comerciais cada vez maiores, dependendo da contra-argumentação do interlocutor.
Ele próprio, em determinado momento, ficou convencido de que estava entabulando um negócio lucrativo para a sua empresa e, portanto, tinha se portado bem, negociando com a firmeza e perspicácia de uma velha raposa.
Deixou transparecer orgulhoso, que por ele estava tudo acertado - aceitava fechar o pedido.
Mas - sempre existe um "mas" - era necessário pedir autorização final ao  proprietário, seu tio, o qual se chamava Joaquim.
Sem problema, dissemos nós, já saboreando a vitória. O rapaz levantou-se e dirigiu-se a uma sala contìgua.
Entrou e, passados alguns segundos de silêncio, começamos a ouvir uns gritos e barulho de móveis arrastados com rispidez.
Mais gritos e murros na mesa.
De repente, sai o Alfredo da sala do tio, todo amarrotado e com os cabelos em pé, branco como um fantasma.
Aproximou-se da mesa, arrumando os cabelos e, gaguejando, nos disse:
"Seu" Joaquim não concordou comigo e não vai fazer negócio nenhum.
Desapontados, mas entendendo o vexame do jovem, despedimo-nos e deixamos o local.
Sem uma palavra, os três, caminhamos em direção ao nosso carro e partimos.
Ainda em silêncio, percorremos algumas quadras, quando, então não aguentamos e começamos a rir e gargalhar, sem parar, comentando a estranheza da situação.
Daquele momento em diante, lembrando o semblante do Alfredo, todo amassado e envergonhado, passamos a ter como regra perguntar, a cada negócio que aparecia, se a decisão tinha sido tomada pelo Alfredo ou pelo Joaquim.
A história do Alfredo e do Joaquim se transformou imediatamente em uma história de humor a configurar a extrema importância da autonomia a reger nossas decisões que somente serão válidas quando embasadas da necessária confiança adquirida com a independencia de quem se responsabiliza pelo seu potencial.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Causos Corporativos

O poder da informação.
Napoleão e Wellington estavam prestes a travar a batalha final.
Na bolsa de Londres, em meio do maior pessimismo caiam os preços das ações.
Previdente a casa Rothschild colocou um dos seus agentes perto do campo de batalha em Waterloo(pequena cidade belga).
Quando soub e quem havia vencido, o espião dos banqueiros galopou até a costa, tomou um veleiro, cruzou o canal da Mancha e em poucos horas, antes que alguem conhecesse o resultado do confronto, deu a notícia.
Rothschild munido de seu segredo, comprou copiosamente na baixa.
Após 48 horas, o triunfo das armas britânicas multiplicaria sua fortuna.
Este é um exemplo irrefutável de como o esforço na busca da informação correta trazida rapidamente e bem interpretada, é fundamental na aceleração do crescimento das empresas.
Ter "olhos de ver" e ouvidos de ouvir" para não confundir dados com informação.

Causos Corporativos

Gestão tipo "Mão rígida".
Este tipo de administração centralizada, egocêntrica, tirânica, ainda é encontrada em abundância dentro do universo corporativo, o que , convenhamos, não é saudável nem produtivo.
Certamente provocará estragos quanto à eficiência e até sobre a sobrevivência das organizações, quando não sobre a auto-estima e a autonomia dos funcionários.
Gera inclusive problemas psíquicos.
Agora uma pequena história para ilustrar o que foi dito acima:
"Um pequeno veleiro, aparentemente perdido, foi localizado por um navio pesqueiro.
Velas enfunadas o pequeno barco singrava valentemente as águas no rumo da imensidão do Atlântico. Com grande dificuldade a tripulação do pesqueiro conseguiu se aproximar e fazer a abordagem.
No convez da embarcação, um homem morto, os membros já enrijecidos pelo "rigor mortis  segurava com firmeza a barra do leme".

segunda-feira, 23 de julho de 2012

ausos Corporativos

Relacionamento Capital/Trabalho ou o Meu Vizinho Mafioso.
De como o tema máfia me fascina, seja em literatura seja em filmes.
È evidente que não se concorda com os métodos nem com a violência daí oriundos, o que seria absurdo, mas que embale em nós um sentimento utópico de justiça, satisfazendo nossa indignação.
Como se pudéssemos praticar verdadeira metamorfose e nos sentirmos, nós próprios, dotados de poder para corrigir certas injustiças e satisfazer os instintos, aqueles escondidos no fundo do nosso caráter.
Assim fazendo parecería-nos como se estivéssimos praticando uma inusitada catarse a jogar fora todas as nossas neuroses.
Talvez o brasileiro comum gostaria de assim proceder na tentativa de minorar a sua baixa estima, tomando atitude, cobrando seus direitos, assumindo a sua cidadania e como consequência exigir mais respeito daqueles que se dizem seus governantes.
Nesse sentido ousaria dizer que estamos progredindo, devagar infelizmente, mas com a certeza de que esta nova classe média está ávida por ter seu valor reconhecido e vai reinvidicar e exigir melhorias em seu modo de vida.
Se analisarmos as diversões básicas que compõem o mosaico formador de opinião da população, vamos notar que o sentimento de altivez e de orgulho são reiteradamente usurpados.
Nas novelas, o que se vê é uma eterna procrastinação da punição final do vilão da história. E quando, finalmente, isto se dá, via de regra, não satisfaz toda a animosidade gerada através de meses de sofrimento e incentivo a impunidade,
Frustam o que poderia ser uma contribuição à terapia macro, satisfazendo o grande desejo do povo, espelhando-se na punição dos personagens, "vingar-se", e em assim fazendo, quem sabe, ajuda-lo a se sentir mais confiante.
No futebol, somos sempre os "bonzinhos" da história. Sempre aceitamos resignados os desmandos e catimba de nossos adversários. Não podemos, em hipótese alguma revidar, mostrando afinal que antes de jogadores, são homens e em certo sentido estão ali representando o brasileiro, portanto com a obrigação de agir sem covardia.
O que se vê são narradores televisivos, incentivando os jogadores a se portarem como o eterno agredido resignado, oferecendo sempre o mesmo chavão batido e repetitivo, aquele que não devemos entrar no jogo do adversário.
Não que tenham de incentivar a troca de agressões, mas que compreendam rompantes de fibra e determinação ocasionais a contrariar a sua própria tendência à pacificação.
"O pacificador é aquele que alimenta o crocodilo na esperança de ser comido por último" (Churchill).
Voltando para o lado específico do profissional assalariado, aí tambem existem histórias as mais diversas a corroborar a existência da injustiça e da traição tambem, ou principalmente na vida corporativa.
Passei uma grande parte da minha vida profissional trabalhando, sob contrato, em vários estados do Brasil.
Em uma dessa escalas encontrei um ser único e especial. Era meu vizinho.
Generoso, atencioso, me cercou, quando da minha chegada, de tudo o que me faltava, dentro de uma circunstância bastante confusa que acarretam as mudanças.
Tornamo-nos amigos e havia grande familiaridade entre nós.
Para minha surpresa todos se espantaram ao saber dessa amizade, havendo até quem me sugerisse o afastamento desse convívio.
Este alerta partia principalmente dos meus empregadores. Com o passar do tempo, soube realmente que este senhor, digamos, não pautava com a observância ortodoxa dos parâmetros legais.
Tinha sua linha de atuação e todos o temiam por não "levar desaforo para casa" para dizer o mínimo.
Pois bem e para resumir. Na época do meu distrato houve algumas discrepâncias interpretativas que afinal iriam me prejudicar consideravelmente.
No meio da nossa discussão, alguem lembrou que eu era vizinho, sabe de quem? Ele mesmo.
Pronto, os problemas cessaram e tudo foi resolvido a meu contento.
Isso é somente uma ilustração daquilo que podemos chamar justiça indireta, obtida nas entrelinhas, apesar das circunstâncias desfavoráveis
Mas não é o que realmente acontece, quando se analisa o grande espectro que compõem as relações capital/trabalho.
"Malvadezas" é o que não faltam. O que falta é uma grande quantidade de vizinhos que assumam atitudes heterodoxas.
De qualquer forma e de maneira que satisfaça somente o nosso amor próprio, gostaríamos de ter o poder de converter em ação punitória o que seria uma simples, mas já orgástica sensação de catarse,


domingo, 22 de julho de 2012

Causos Corporativos

Raciocinando Alto
A fidelidade do Dr. Pardal, do post anterior, é propícia para novos comentários:
As organizações , como as pessoas, são criaturas de hábitos - "a maneira como fazemos as coisa por aqui".
Os hábitos escravizam.
È importante romper com os hábitos, mudar, fazer a auto-crítica revisionista e sacudir o conformismo.
Pensar como será o novo capitalismo ainda difuso e repleto de enigmas.
Estar atento para a sua responsabilidade social tão decantada mas ainda não encarada com seriedade, hoje atuando de forma leviana e sem profundidade.
Vale mais aliar a sua Marca a alguma benemerência hipócrita.
Deveria ao contrário procurar um relacionamento mais estreito com a sociedade, tornando-a cúmplice de iniciativas realmente identificadas como honestas a vincar uma parceria que se propõe inovadora.
Em virtude das grandes mudanças que se avizinham, é possivel afirmar que o mercado em geral defronta-se, num duelo inevitável, com mudanças de direcionamento operacionais bastante sérios, pois terá que enfrentar um adversário poderoso. Poderoso por ser ainda desconhecido, que se apresenta nebuloso, etéreo, virtual.
Para conhece-lo ou tentar levantar um pouco a névoa que o envolve, é necessário obter o máximo possível de informações e formular estratégias não convencionais, mas ao contrário, pensando de forma não ortodoxa, com criatividade, ousadia,intuição, sensibilidade, usando o lado não racional da vida.
O mundo escravo de análises que procuram ser exatas, em um cenário subjetivo e hoje profundamente dependente do comportamento e das idiossincrasias do ser humano. Este sim, o vetor fundamental de mudanças.
A maioria das empresas despreza estes ensinamentos e até os ridicularizam qualificando-os de "poéticos" e irrelevantes.
Mais vale a sua cultura racional de resultados. Resultados?
Seguem a política de "manada", ou seja, sem riscos, obedecendo o determinismo de velhas certezas que , afinal, é praticado por todo o mercado.
Mudanças reais estariam vinculadas com o "oportunismo Informado".
Portanto é necessário dar valor a uma extraordinária invenção evolutiva chamada consciência.
Ela nos ajudará a desestabilizar a crença na lógica corporativa e nos fará conhecer a subjetividade dos "processos aleatórios coordenados".
O inevitável não acontece nunca, o inesperado sempre.
Raciocinar com Brecht - distanciar um acontecimento ou um caráter significa, antes de tudo, retirar do acontecimento ou do caráter, aquilo que parece óbvio, o conhecido, o natural e lançar sobre eles o espanto e a curiosidade
As empresas precisam descartar as novidades e se ater a dar prioridade para o novo e o inesperado!!

"Eu vi ainda debaixo do sol, que a corrida não é para os mais ligeiros, nem a batalha para os mais fortes, nem o pão para os mais sábios, nem as riquezas para os mais inteligentes, mas tudo depende do tempo e do acaso"  -  Eclisiastes.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Causos Corporativos

O fiel Dr. Pardal
Anterior a essa nossa realidade da Globalização ou seria Neo-Colonização e antes tambem dessa fase da prevalência da tecnologia que se mostra tirânica e despótica, e portanto anterior a uma das suas consequências - a terceirização - existia uma verdadeira aproximação afetiva entre os funcionários e as empresas.
Ela proporcionava o encontro, a amizade e um certo compromisso de fidelidade a orientar a administração das responsabilidades.
Seus profissionais, via de regra, eram motivados a com ela conviver por muitos anos, obtendo assim, dependendo da capacidade de cada um, a possibilidade de um plano de carreira que o estimulava a progredir aumentando seu comprometimento.
Havia um relacionamento estreito quase visceral, chegando muitas vezes, a agregar ao funcionário um novo sobrenome - o da empresa.
Relembro perfeitamente de um personagem sui-generis, colegas que fomos trabalhando em uma grande empresa. Era muito inteligente e preparado, embora um pouco aloprado e tinha sempre idéias inovadoras que fugiam do convencional, do dia a dia.
Recebeu o apelido de Dr. Pardal aquele personagem "meio louquinho" das histórias em quadrinhos.
Depois de trabalhar por longos anos nessa mesma empresa teve o seu vínculo desfeito e houve a separação, amigável naturalmente.
Mas era por demais fiel a essa organização e quando dela se separou continuou com seus velhos hábitos. Então toda a manhâ obedecendo velha rotina saia de casa e inconscientemente fazia o seu conhecido trajeto até a antiga empresa e lá estacionava.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Causos Corporativos

Associação de classe e o ladrão.

Um dos grandes problemas do setor empresarial brasileiro é a baixa representatividade e eficiência de associações setoriais.
Na busca de uma economia cada vez mais integrada onde é necessário tirar o máximo proveito de estratégias visando maximizar as cadeias produtivas, as associaçôes setoriais seriam de máxima importância.Deveriam levantar indicadores, fomentar o intercâmbio para ações conjuntas, criar ferramentas criativas e ousadas visando maximizar o desempenho do setor.
Ao contrário agem como cartórios particulares a promover verdadeira ação entre amigos procurando abrigar velhos companheiros.
Não existe profissionalização, aquela que com critério teria condições de levantar todos os indicadores na busca de estratégias vitoriosas.
Agora então vem a nossa história:
No passado representei uma empresa ligada a uma determinada associação setorial.
Sua sede era em uma imponente mansão em rua tradicional em um bairro nobre de São Paulo.
Todos os meses nos reuníamos para discutir e tentar equacionar problemas relacionados ao bom andamento do nosso segmento.
Eram reuniões infrutíferas, bisonhas sem nenhum comprometimento com a eficiência e com a busca de soluções apropriadas às reviravoltas contínuas do mercado.
Pois bem, determinado mês, fomos informados que a casa fora invadida por ladrões que iludidos pela aparência do imóvel pensaram encontrar coisa valiosas no seu interior.
Decepcionados, vingaram-se defecando abundantemente em cima da mesa de reuniões.
No meio da surpresa geral um dos integrantes da diretoria disse que a atitude dos ladrões não o surpreendeu pois aquela "cagada" não era nada anormal - aja visto que todo mês nós mesmos "cagávamos" resoluções inapropriadas, para dizer o mínimo, para o setor.
Essa associação era mestre em produzir "merda".
Pano rápido.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Causos Corporativos

"Saudosismo/Camaradagem"

Sobre como representantes de empresas concorrentes e outras se encontravam e conviviam na maior harmonia . Diferentemente dos dias de hoje onde o que prevalesse é o individualismo mais contundente a marcar conflitos de competitividade.
Essa história está ligada a um determinado Restaurante de lembranças maravilhosas.
Antes um passeio saudoso por outros estabelecimentos que ficaram ma memória .
Não existe um índice cronológico - os nomes surgiram aos borbotões sem critério obedecendo a lembranças distantes:
Bar do Moraes, Ponto Chic, Pizza do Papai, Sopa de cebola do Ceasa, Gratiné, Frango do Demarchi, Bambi, Cantina do Piero, Roberto ,Rubayat(centro) ,Don Curro Domingues (rua alvaro ramos), O Gato que Ri, Nou Bar, Kobes, Winduck, Almanara, La Fontaine, Cambridge, João Sebastian Bar, Paribar, Gigeto, Bar do Zé, Padaria Cisne, Pizzaria Vitória, Sino Brasileiro, Don Giovanni, Kakuc, Cantina Montechiaro.
Tudo isso para chegarmos finalmente ao nosso alvo - o Restaurante Leão de Ouro em São Bernardo.
Era ali que nos encontrávamos todos os dias -  aqueles que trabalhavam na região representando várias empresas concorrentes ou não - para almoçar e principalmente obter um ambiente familiar e amigo, tão necessário àqueles que passam o dia fora de casa.
Era uma verdadeira confraternização e troca de experiências baseadas em alegria e compreensão.
Essa confraria durou anos sedimentando amizades e consolidando vínculos que só enobrecem quem dele participou.
Bons tempos!!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Causos Corporativos

" O ingênuo"

Comentava outro dia com um amigo sobre esta nova etapa de otimismo e desenvolvimento que o brasil atravessa, alvo de olhares vorazes de investidores estrangeiros. 
O Brasil, de repente se apresentou ao mundo, mostrando toda a sua potencialidade como um novo e confiável "player" nas tentativas de soluções dos problemas globais.
Mas será que o mundo conhece, de fato, a cultura brasileira? Tenho absoluta certeza que não.
Portanto as empresa que pretendem investir no Brasil precisariam primeiro conhecer a nossa cultura - aquela vincada no entendimento do significado das festas, futebol, música, culinária, miscigenação racial, jeitinho etc. características de um povo que dá mais valor à nação do que ao estado.
Vamos então falar do "ingênuo" do título que por si só traduz o que foi dito acima.
Trabalhei em uma multinacional americana cujos presidentes eram obrigatoriamente americanos.
Traziam em se staf sempre o homem de confiança - o diretor financeiro!!
Pois bem, este via de regra era  extremamente ortodoxo e inflexível quanto às regras pre-determinadas pela matriz.
Vivia sempre às turras com o tesoureiro brasileiro quanto a necessidade de buscar a qualquer custo as metas pré-determinadas.
Acompanhava dia a dia o volume de cobranças e elas indicavam que estavam muito abaixo do ideal. Cobrava com irritação o tesoureiro e admirava-se com a sua calma e otimismo a predizer que  a meta seria cumprida - não acreditava que faltando tão poucos dias para o dia fatal o dinheiro necessário estaria no caixa.
E eis que o milagre acontecia e a meta era cumprida.
Ele não entendia que o malandro do tesoureiro já tinha consigo todos os cheques pré datados obtidos em acordos com clientes.
Essa cultura do pré-datado não entrava na cabeça do americano.
Essa empresa só deslanchou no Brasil depois que começou a ser dirigida exclusivamente por brasileiros.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Causos corporativos

"Os déspotas"
Corroborando com o que disse em post anterior - de que a tirania do caráter orienta as decisões de todo profissional - acrescento aqui o que acabo de ler:
"O ex CEO da France Telécon -  Didier Lombard -  está sendo processado por assédio moral referente ao suicídio de 30 colaboradores entre 2008 e 2009".
As vítimas não resistiram ao que  diagnosticaram como  "quebra psicológica".
As pressões orientadas por esse senhor foram tantas que provocaram as decisões trágicas dos funcionários.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Causos corporativos. cont...

"O Procrastinador"
Aquele que não decide, que deixa e espera para que as soluções apareçam com o tempo.
Nesse caso não existe um caso específico - infelizmente este tipo de profissional prolifera de forma abundante no meio empresarial.
E o que é a decisão senão o exercício de liderança embasado no acúmulo de experiências e sabedorias intrínsecas vincadas na responsabilidade das consequências.
Segundo Jorge Forbes "decide-se e afirma-se no corpo, não na razão. Não podemos esperar que nossa decisão seja compreendida. A decisão decide-se na paixão (no corpo).
A decisão não explica nem se justifica porque nela colocamos nosso corpo, o mais íntimo, o mais arriscado do corpo: os testículos.
Porque a decisão é testemunhal, e o testículo está na origem da palavra testemunha. Foi o que fez os antigos pensarem que a palavra que decidia era privilégio masculino".
Portanto são poucos aqueles que se comprometem e colocam "os colhões na mesa".
Os gestores de hoje acreditam em soluções estereotipadas, simplórias, sem imaginação, obedecendo um sentimento de manada, em seguir o já testado.
"Não me comprometa".
Aqui cabe tambem um ensinamento de Lacan:
Sua proposta é envergonhar o analisando, mas não ante o olhar social, que só poderia ser moralizador, culposo, conservador. Envergonha-lo, isso sim convocando-o a passar pelo mundo com sua diferença, honrar sua marca, e entusiasmar-se com a invenção.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Causos corporativos

Ainda comentando sobre as diversas personalidades que seguindo o determinismo do seu caráter interferem e orientam - para o bem e para o mal - as estratégias das empresas.
Convivi com muitos e diferentes tipos de profissionais cujas atitudes marcaram, cada um a seu estilo, um posicionamento não muito ortodoxo, para dizer o mínimo.
"O simplificador":
Era um figura pequena, com calvície insipiente, e com cabelos bastante claros.
Falante e exibicionista recebeu o apelido de meia-cerveja.
Era um homem de contato e exercia sua atividade com muito exito. Sua responsabilidade era desbravar novos mercados.Gabava-se de manter de imediato uma relação de empatia com o cliente já no primeiro encontro.
Tinha um axioma que seguia e dizia que só há dois tipos de pessoas:
O sanguíneo e linfático. O sanguíneo geralmente rosado e sorridente permitia uma aproximação simpática que facilitava os negócios. Já o linfático com sua aparência lívida e dando demonstração de estar sofrendo problema com o fígado, via de regra colocava obstáculos e não dava sequência favorável aos argumentos do negociador.
"O pusilânime":
Era aquele que nas festas tirava as fotos e via de regra privilegiava poses dos poderosos de plantão.
Puxa-saco convicto acreditava que seus salamaleques servis influenciavam futuras decisões de ascensão na carreira.
Nas reuniões primava pela ortodoxia e pelo conservadorismo primário a rejeitar atitudes e estratégias modernas e criativas.
Uma vez comentei com amigos, após uma intervenção particularmente infeliz desse cidadão, que toda vez que a lâmpada desse homem acendia provocava um curto-circuito na inteligência e no bom senso no encaminhamento dos problemas da empresa.
Continua

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Tipos de empresas - parte 2

Cont...
Fase crítica - as empresa nesta fase são doutoradas nos seus problemas, e os executivos nas suas neuroses, mas não conseguem sair da constatação do problema para a ação. È como aquele tipo de pessoa que faz um longo discurso sobre a sua falta de objetividade.
A separação entre pensar e agir é grande. O grupo gerencial costuma ser sofisticado, com abundancia de mestres e doutores em administração nos gabinetes. Seus planos estratégicos são verdadeiras obras de engenharia empresarial, que nunca saem das gavetas.
O futuro nessa fase é duvidoso, pode evoluir e colocar sérios obstáculos no sucesso da operação.
Seria necessário uma injeção de vontade política e espírito empreendedor para realizar as mudanças necessárias.
Fase ideal - esta fase é o padrão de excelência da empresa e do executivo de sucesso. Para chegar aqui é necessário incorporar valores inovadores à cultura corporativa e habilidades ao grupo gerencial, tais como - auto crítica, sensibilidade para perceber os ambientes externo e interno, para inferir suas tendencias e tambem muita flexibilidade para promover mudanças em tempo hábil.
Nessa fase a empresa não reage às mudanças do meio, mas antecipa-se a elas. Valoriza a análise racional, sem contudo desprezar a intuição. A informalidade e a simplicidade são suas grandes virtudes.
Mesmo as empresa que se encontram nessa fase tem de manter um foco constante de renovação porque o vírus permanece incubado.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Tipos de empresa .

A empresa com a síndrome do "Dinossauro", causada pelo virus da imbecilidade organizacional adquirida.
Fase terminal - nesta fase encontram-se as empresas e os executivos que praticam a política do avestruz. Cabeça enfiada no buraco para não ver nada.
Não percebem seus problemas, tampouco conseguem agir sobre eles - o problema está nos outros. As pendências se acumulam e nada se faz para resolve-las. Possuem um grupo gerencial conservador e uma cultura absolutamente rígida. São avessos a qualquer mudança.Parecem estar esperando a morte chegar e isto é só uma questão de tempo. Situação de extasia.
Fase aguda - nesta fase as empresas e os executivos, como na anterior, não percebem seus problemas de forma clara, masa agem histericamente.
Atiram para todos os lados. Valorizam o pragmatismo ao extremo, qualquer coisa que se assemelhe a reflexão ou auto-crítica é percebida como perda de tempo. "O importante é fazer". Estão sempre correndo, porem quase sempre para o lado errado. O grupo gerencial costuma ser dotado de muita energia e boas intenções. Mas padece de uma profunda falta de sensibilidade.
(continua)...

Empresas e seus personagens

"Sua personalidade fascinava-me pela riqueza da experiência acumulada e pela impossibilidade de ser medíocre, tanto na virtude como nos defeitos".

Infelizmente esse tipo ideal de profissional é dificilmente encontrado e pior, é dificilmente compreendido. Seus superiores, via de regra medíocres, preferem conviver com seus iguais -  medíocres também.
São aqueles que iguais a um "Epimeteu" da mitologia grega são especialistas em procrastinar decisões esperando soluções naturais.
"Epimeteu"cujo nome significa "percepção tardia" ou "pós pensador", era marido de Pandora aquela que ao abrir sua famosa caixa deixou escapar todos os males do mundo - a doença, o trabalho, a inveja, o ódio. Para sorte da humanidade a única coisa que permaneceu na caixa foi a esperança.
Esses "Epimeteus prolisferam e ocupam cargos de responsabilidade em empresas desavisadas e elas próprias caminhando para o fracasso.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A "cara" das empresas

Aprendi durante minha vida profissional a valorizar o que hoje chamamos de imagem da empresa, geralmente simbolizado pela abrangência da sua MARCA, mas tambem e principalmente pela sua responsabilidade social aliada a preocupação quase obsessiva na proteção institucional do seu mercado comprador.
A empresa é um ser impessoal pois é uma pessoa jurídica - portanto a formação da sua cara se dará inevitavelmente pela somatória das pessoas físicas que a compõem.
È nesse momento que aprendemos a respeitar dar a máxima importância ao comportamento do ser humano.
Cada indivíduo com seu respectivo caráter, fruto da sua educação, da sua religião, da sua formação desde a infância, seus mitos, desavenças, complexos, idiossincrasias,etc. Que se apresenta, por exemplo, sob a rública de um CEO, gerente, gestor ou outro título profissional.
Esse conglomerado de circunstâncias a influenciar sua atitudes e a formar a cultura da empresa.
Até onde essa tirania do carater pessoal orienta a boa política nos negócios? Quem será essa personalidade que se esconde sob a máscara de suas atitudes?
Quem será ele na verdade!!!!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pássaros\Mídia

Dias maravilhosos passados no Rio de Janeiro, exercendo temporariamente a função de acompanhante de meu neto, enquanto a mãe viajava a negócios. Experiência inigualável e prazeirosa. Enquanto o garoto estava na escola, e com o tempo livre, era reconfortante fazer uma solitária introspecção tendo como fundo o magnífico cenário do Rio de Janeiro.
Em um desses momentos, ouvi, rompendo o silêncio, um canto de pássaro o qual não reconheci, porem sua melodia transmitiu-me uma sensação de paz e tranquilidade.
Lembrei-me dos sabiás, que no bairro onde moro em São Paulo, anunciam com antecedência a chegada da primavera. Ao ouvi-los já saio alardeando - guardem seus casacos pois o inverno está prestes a terminar.
Cabe aqui uma pequena história:
Em um mosteiro no Tibet tudo estava preparado para uma palestra proferida por um importante mestre. Com a platéia emudecida e respeitosa o mestre levantou-se e ia iniciar a falar quando um pássaro cantou - então o mestre disse: a palestra já foi dada!!
Tenho especial afinidade com as corujas que segundo a lenda representam a sabedoria e trazem-nos augúrios de felicidade e paz, embora nos alertem para ter "olhos de ver" e ouvidos de ouvir".
De repente percebi que a minha mente esquecia, naquele momento, os pensamentos problemáticos, principalmente aqueles ligados ao pragmatismo tirânicos típicos do capitalismo neo liberal, financeiro,atributos do "Homo Economicus".
Nesse momento então recordei-me do João de Barro que faz seu ninho obedecendo regras básicas do bem viver, ou seja, com a porta sempre na direção oposta do mau tempo. Organiza a sua casa orientado pelo instinto de sobrevivência e respeito às indiosincrasias do clima.
Portanto ele é um economista nato, pois sabe organizar sua casa ("ekos", "nomos", a ordem da casa) e portanto é tambem um ecologista sensível pois utiliza o conhecimento do ambiente ("ekos", "logos", ou conhecer o lugar).
Infelizmente essa sensibilidade ainda não atingiu nossos economistas de plantão, tão orgulhosos de sua incompetência e enebriados com a empáfia que encobre sua falsa erudição.
Chegamos por fim ao pássaro que devido ao seu comportamento inspirou a parábola que por sua afinidade corrobora com o título do post.
Esse pássaro é chamado de gazette e vive na Itália. Gosta de pousar em lugares brilhantes e com muita luz e tem um cantar estridente que chama à atenção
Originou e influenciou, como é facil perceber, a corruptela de gazeta que por sua vez tornou-se arauto do jornalismo..
Aqueles que fizeram esta ilação, pássaro gazette com gazeta (jornal) ficariam envergonhados ao saber, que ao contrário de suas boas intenções querendo transmitir informações e cultura a seus leitores, hoje convivemos no Brasil com uma mídia da mais baixa qualidade, inclusive sendo pautada por bandidos, que só empobrecem e avacalham o bom jornalismo.
Portanto os que dominam a mídia brasileira, ou seja, as "famiglias" Mesquita, Frias, Marinho, Civita e outros menores, e que são diuturnamente portadores de notícias sombrias, capciosas, mentirosas, parciais, fomentando factóides e produzindo "dossies" caluniosos merecem ser chamados de Corvos.

Pássaros\Mídia

segunda-feira, 19 de março de 2012

Saudade de ter saudade

Hoje as comunicações são feitas, via de regra, instantaneamente.
Vivemos um tempo em que computadores, faxes, vídeos, celulares, mostram que é possível uma comunicação total e completa entre os homens.
Dizer, transmitir e compreender no menor espaço de tempo possível parece ser a tríade sobre a qual repousa esse ideal.
Tudo muito rápido e sem comprometimento. A palavra saudade já não tem mais significado dado a urgência de vivenciar aquele momento para em seguida descarta-lo.
A manutenção em DVD do passado imediato, a nostalgia instantânia do que acabou de acontecer, a museologia do presente. Cãmaras digitais e filmadoras preservam cada minuto, inclusive este, num passado incorruptível, intocavel, nítido como um espelho,
Seria portanto oportuno decifrar a origem de saudade essa palavra tão decantada como sendo um sentimento só nosso, exclusivo do brasileiro.
"Diz a lenda" que em tempos idos em um Portugal bastante pobre havia uma arrasadora diáspora da população jovem procurando na imigraçâo para outros países a soluçâo para os seus problemas.
Portanto nas aldeias e pequenas cidades só restavam os velhos e estes vendo-se sozinhos reclamavam entre si -"só idade", "só idade", dai a conexão com saudade é inevitável.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Excesso de tecnologia - Simplicidade

A cada momento somos bombardeados com o aparecimento de novos conceitos cibernéticos, aqueles que nos dão diretrizes e supostamente nos orientam a viver baseado na tirania sempre crescente de novos dispositivos e máquinas.
Surgem no rastro de tecnologias renováveis e efêmeras e são substituidas por outras que de maneira sazonal forçosamente será ultrapassada por outra mais "moderna".
Será que não mais se raciocina como seres humanos privilegiando o simples?
Simples assim como uma poesia de Manoel de Barros.
Hoje temos uma sociedade que se relaciona sem contato pessoal, por palavras que se desencontram dos atos, por significados que não exprimem mais nada tamanho é seu desgaste.
Certa vez perguntaram para o renomado cientista Cezar Lattes qual era a sua opinião sobre o universo.
Ele respondeu procurando a explicação mais simples.:
Para compreender o universo basta sentar no topo do Evereste e olhar para a frente - voce vai enxergar a sua própria nuca. Passando por galáxias, buracos negros, estrelas novas etc o olhar surpreendentemente volta e se fixa na sua nuca, exemplificando que por mais que o homem teime, na sua empáfia, complicar sua existência, é preciso, quase obrigatório, voltar a vivenciar o simples.
O Olhar!! Precisamos ter olhos de ver, sentir, decodificar.
Segue uma história contada por um filósofo na qual descreve o quanto viveu alienado até descobrir a importância de olhar e ver, e a partir dai ser um verdadeiro observador:
"O ocre da encosta abrupta, o azul do lago, o roxo dos montes de Sabóia e ao fundo as geleiras resplandescentes do Grand-Cambin, vira-os eu cem vezes. Soube pela primeira vez que nunca os olhara. No entanto vivia ali há 3 meses.
È claro, desde o primeiro instante, aquela paisagem deslumbrara-me, mas o que em mim lhe respondia não era mais que uma exaltação confusa. Claro, o Eu do filósofo é mais forte que todas as paisagens. O sentimento angustiante de beleza não passa de um assenhoramento pelo Eu que se fortifica da distancia infinita que dela nos separa. Mas naquele dia, bruscamente, soube que eu próprio criava aquela paisagem, que ela nada era sem mim. - Sou que te vejo, e que me vejo a ver-te, e que ao ver-me te faço.
Esse verdadeiro grito interior é o grito do demiurgo quando da sua criação do mundo.
Nunca eu vira semelhantes cores. Senti que acabava de adquirir o sentido das cores, que interpretava as cores, que nunca até ali vira realmente um quadro ou penetrara no universo da pintura,
Mas soube igualmente que por esse chamamento da minha consciência, por essa percepção da minha persepção, conseguira a chave desse mundo da transfiguração que não é outro mundo misterioso, mas o verdadeiro, aquele de que a natureza nos conserva exilados".

quarta-feira, 14 de março de 2012

Solução fazendo correlações

Dívidas impagáveis (risiveis e utópicas) de Grecia, Irlanda, Espanha, Itália, Portugal.
Credito fácil oferecido por bancos gananciosos e governos irresponsáveis. Consumidores desavisados acreditando num conto de fadas com duração ilimitada.
A dívida crescia e o PIB diminuia - equação perversa.
Esse é o cenário em que vivemos.
Especulação, dinheiro virtual, inflação de ativos, riqueza financeira e não produtiva, bolhas especulativas. È mais fácil desempregar um trabalhador que desiludir um especulador.
Excesso de liquidez . Hoje rodam no mercado financeiro a quantia fabulosa de U$ 600 trilhões e o PIB mundial é de U$ 60 trilhões. Esse dinheiro do mercado financeiro, fictício, repassado por rúblicas e promessas de pagamentos não tem, como é evidente, lastro em ativos confiáveis
Qual seria a solução?
Em seguida ofereço a minha sugestão - antes uma pequena história:
Quando jovem, reuníamos semanalmente alguns amigos para um jogo de poquer.
Eramos sempre os mesmos e costumávamos virar a noite jogando ininterruptamente.
Os cacifes eram comprados em confiança marcados e anotados.
Houve uma determinada época que nos excedemos e o jogo se arrastou por dois dias.
Quando o cansaço bateu e todos já sonados fomos fazer as contas.
Todo mundo devia para todo mundo quantias absurdas fruto da facilidade do crédito.
Era impossível qualquer pagamento. Solução... Vamos MELAR TUDO e rasgava-se as anotações dos cacifes adquiridos.
Portanto sugiro que todos os envolvidos nessa dívida mundial sigam o nosso exemplo.
MELEM TUDO!!!!!!!!!

terça-feira, 13 de março de 2012

Desabafo

Vive-se o manequeismo pequeno e pouco produtivo a julgar como certo-errado, feio-bonito, claro-escuro, fatos que por si só se desqualificam e as vezes nos envergonham.
È comum eu pensar,se a idade me impele a ser , a priori, rabugento, intransigente, quando me surpreendo a opinar sobre o momento atual. È inutil!!!
As pessoas querem, na verdade, o meu aval para o que já consideram a verdade absoluta.
Querem que o inconsciente coletivo banalizado, refletido em pensamentos óbvios e repletos de clichês, pudessem sensibilizar alguem minimamente inteligente.Acredito que não estou sozinho ao reinvidicar um espaço onde os "velhos" pudessem se manifestar, e não só isso, pois só falar me parece escapismo ou um exercício de tiradabundismo estéril.
Sou adepto dos chineses que dizem:
"Não tem um velho em casa? Compre um"!!
Congregar, agitar e agir, formando e direcionando potenciais latentes a incentivar atitudes que pudessem efetivamente contribuir para a formação de pelo menos, uma consciência contraria a postura própria do brasileiro comum, cultor implacável da nossa herança ibérica: o conformismo e o fatalismo.
Quero gritar, espernear, participar, mas de forma positiva, objetiva, reunindo todo o potencial de experiência e de possível sabedoria acumulados em 70 anos de vida.
"Súdito leal desses tempos de segunda ordem, orgulhosamente admito que minhas melhores ideias são de segunda ordem e possa o futuro toma-las como troféu da minha luta contra a sufocação".

domingo, 11 de março de 2012

Retorno

È como começar de novo depois de ficar quase dois anos sem postar.
Quando iniciei o blog acreditava, de maneira inocente reconheço, que seria possivel interagir e conseguir interlocutores e com eles discutir e propor ideias que certamente nos obrigassem a evoluir.
Hoje tenho consciência que existem centenas, milhares de blogs que sem qualquer vaidade e pretenção estão atuantes e cada um verbaliza seus conceitos obedecendo somente sua vontade de se exprimir.
De qualquer maneira volto a postar, agora humilde e me penitenciando dos erros de aquilatação do passado.
Acredito tambem no "Zeitgeist", o espírito do tempo que nos faz farejar as coisas, graças ao qual recebemos estímulos, que se traduzem em algo acabado e definido.
Tudo tem o seu momento certo e a nós cabe entedermos a pausa e o silêncio entre os acontecimentos e assim ser coerente com o que aprendemos com a nossa introspecção.