quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pássaros\Mídia

Dias maravilhosos passados no Rio de Janeiro, exercendo temporariamente a função de acompanhante de meu neto, enquanto a mãe viajava a negócios. Experiência inigualável e prazeirosa. Enquanto o garoto estava na escola, e com o tempo livre, era reconfortante fazer uma solitária introspecção tendo como fundo o magnífico cenário do Rio de Janeiro.
Em um desses momentos, ouvi, rompendo o silêncio, um canto de pássaro o qual não reconheci, porem sua melodia transmitiu-me uma sensação de paz e tranquilidade.
Lembrei-me dos sabiás, que no bairro onde moro em São Paulo, anunciam com antecedência a chegada da primavera. Ao ouvi-los já saio alardeando - guardem seus casacos pois o inverno está prestes a terminar.
Cabe aqui uma pequena história:
Em um mosteiro no Tibet tudo estava preparado para uma palestra proferida por um importante mestre. Com a platéia emudecida e respeitosa o mestre levantou-se e ia iniciar a falar quando um pássaro cantou - então o mestre disse: a palestra já foi dada!!
Tenho especial afinidade com as corujas que segundo a lenda representam a sabedoria e trazem-nos augúrios de felicidade e paz, embora nos alertem para ter "olhos de ver" e ouvidos de ouvir".
De repente percebi que a minha mente esquecia, naquele momento, os pensamentos problemáticos, principalmente aqueles ligados ao pragmatismo tirânicos típicos do capitalismo neo liberal, financeiro,atributos do "Homo Economicus".
Nesse momento então recordei-me do João de Barro que faz seu ninho obedecendo regras básicas do bem viver, ou seja, com a porta sempre na direção oposta do mau tempo. Organiza a sua casa orientado pelo instinto de sobrevivência e respeito às indiosincrasias do clima.
Portanto ele é um economista nato, pois sabe organizar sua casa ("ekos", "nomos", a ordem da casa) e portanto é tambem um ecologista sensível pois utiliza o conhecimento do ambiente ("ekos", "logos", ou conhecer o lugar).
Infelizmente essa sensibilidade ainda não atingiu nossos economistas de plantão, tão orgulhosos de sua incompetência e enebriados com a empáfia que encobre sua falsa erudição.
Chegamos por fim ao pássaro que devido ao seu comportamento inspirou a parábola que por sua afinidade corrobora com o título do post.
Esse pássaro é chamado de gazette e vive na Itália. Gosta de pousar em lugares brilhantes e com muita luz e tem um cantar estridente que chama à atenção
Originou e influenciou, como é facil perceber, a corruptela de gazeta que por sua vez tornou-se arauto do jornalismo..
Aqueles que fizeram esta ilação, pássaro gazette com gazeta (jornal) ficariam envergonhados ao saber, que ao contrário de suas boas intenções querendo transmitir informações e cultura a seus leitores, hoje convivemos no Brasil com uma mídia da mais baixa qualidade, inclusive sendo pautada por bandidos, que só empobrecem e avacalham o bom jornalismo.
Portanto os que dominam a mídia brasileira, ou seja, as "famiglias" Mesquita, Frias, Marinho, Civita e outros menores, e que são diuturnamente portadores de notícias sombrias, capciosas, mentirosas, parciais, fomentando factóides e produzindo "dossies" caluniosos merecem ser chamados de Corvos.

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