segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Causos Corporativos

O Orgulho
Como já argumentei em post anteriores os nossos "Causos Corporativos" estão umbilicalmente ligados ao comportamento do ser humano, este sim o principal ator dentro da "comédia" do desenrolar dos fatos que determinam o destino das empresas.
Este incrível ser humano ainda moldado por valores que privilegiam a ganância, o lucro apesar de tudo, a falta de sensibilidade para o sofrimento alheio e principalmente ignorante e despreparado para enfrentar o novo, a mudança que se configura inevitável, influenciando a política, a economia a religião, contrariando aqueles apologistas do fim da história.
Ao contrário começaremos a conviver e moldar uma nova história que se mostrará surpreendente e paradigmática.
Dentro dos valores que hoje o homem cultua com imenso respeito está o orgulho que , na verdade, não é um valor moral, mas um pecado capital.
Orgulho por ter sucesso profissional, pela ascensão social, por se considerar uma pessoa honesta (?), por ter constituído uma família, etc.
Outros se orgulham de coisas menos nobres, como a resistência bebida (posso beber a quantidade que for, não fico bêbado), a ter uma aparência de modelo (beleza é fundamental, já dizia a loira burra), a ser um atleta sexual, etc.
Pensando nisso, outro dia, ao levantar a noite para ir ao banheiro, e no ato de fazer xixi, acometeu-me imensa vontade de peidar.
Sozinho no banheiro, sabendo que todos dormiam, liberei os impulsos flatulentos e me admirei com a verdadeira salva de artilharia que a cada esforço eu produzia.
Ra-ta-ta-tum e novamente ra-ta-ta-tum e a cada início eu duvidava que conseguiria chegar a um novo tum final. E conseguia.
Me senti envaidecido e ao mesmo tempo pesaroso pela falta de platéia a assistir a esta verdadeira sinfonia peidorreira.
Mas de qualquer forma me senti, pasmem, extremamente orgulhoso.
Ao voltar a dormir, minha mulher ainda sonolenta, reclamou do barulho de uma motocicleta com o escapamento aberto, provocando um pipocar altissonante que a acordou.
Sorrindo disfarçadamente, não pude deixar de me sentir poderoso.
Comecei a rememorar a história do japonês que certa madrugada invadiu uma delegacia e ante a estupefação dos policiais, gritava misturando revolta e indignação:
------Japonês perdeu presson!!
------Japonês perdeu presson!!
Depois de acalma-lo o delegado conseguiu entender que o infeliz, na verdade estava ali para fazer um BO de agressão por estupro.
Havia sido assaltado e ante a sua resistência o bandido alem de rouba-lo, por vingança, o violentou.
Mas a desvirginação (o japonês alegou que era vigem) não o incomodava.
Ainda tímido e envergonhado, expôs gaguejante que tambem ele se orgulhava do ribombar altissonante do seu aparelho peidador.
Explicou que o assaltante havia provocado uma pequena tragédia ao violenta-lo, pois alegava que o ato teve consequências funestas ao priva-lo da sua pressão.
Ainda sob o olhar admirado de todos, esclareceu que antes peidava e provocava sons semelhantes a uma corneta tocando o alvorecer. Agora ao perder pressão peidava sem barulho, frouxo, sub-repticiamente, nas entrelinhas, covardemente.
Portanto fico feliz, pois ainda tenho bastante pressão e desta forma posso, ao contrário do japonês, me orgulhar da sonoridade bombástica dos meus flatos.
Espero nunca encontrar esse assaltante tarado.
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Causos Corporativos

Choque de Idéias -
Situação inusitada a compor um cenário misto de empreendedorismo racional e desenformação inocente (sem malícia), porem produtiva.
Joseph shumpter versus desastrado/ acaso.
O empreendedor é o agente do processo de "destruição criativa" que, de acordo com Joseph Shumpter, é o impulso fundamental que aciona e mantem em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e implacavelmente sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros.
Esse é um conceito pensado e estruturado, oferecendo ampla possibilidade - teórica - de desenvolvimento.
Quem o segue portanto, alem de possuir o "instinto animal" (Delfim Netto) do empresário, via de regra é pragmático em seus objetivos.
Em contra partida existe o desastrado, com sua habilidade involuntária.
Por meio de uma ação descontrolada, basta a sua presença, para que, sem razão e a despeito de sua vontade, o mundo fique de pernas para o ar.
O desastrado está implicado na invenção do que não existe, do que é inimaginavel.
A realidade tambem será reinventada. O desastrado sai para registrar tudo o que vê e acaba encenando, a despeito de sua vontade, os fatos que não existiriam sem a sua presença e que ele espantosamente não percebe.
Ele tambem provoca uma "destruição criativa" de forma instintiva.
O desastrado aquele que promove mudanças radicais usando somente o não pensar, a desenvoltura do acaso, do inesperado.

Histórias...
Minha mulher é uma empreendedora nata, buscando na sua atividade de artesã, sair do lugar comum e inovar em seus artefatos de crochet e tricot.
Certa feita fui com ela negociar junto a outro pequeno empreendedor um stand em feira promovida por ele, aproveitando espaços ocasionais e provisórios, sempre aos domingos.
Em seu escritório esperando para ser atendido começamos a conversar com as atendentes, mostrando as peças que seriam expostas.
Em determinado momento e pedindo discrição e sigilo, confidenciei - brincando evidentemente - que na realidade era eu quem fazia as peças de crochet já bastante elogiadas
Disse tambem que não assumia esse fato por vergonha e talvez por machismo.
As meninas, por incrível que pareça compraram a idéia e entre crédulas e surpresas espalharam a fofoca, o que acarretou inclusive, quando fomos chamados para concluir o negócio, um sorriso cúmplice e confortador do jovem gay que nos atendeu.
Minha mulher naturalmente não gostou da brincadeira, mas até achou a idéia interessante e hoje sou obrigado a aprender a fazer tricot para ajudar na produção!!!
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Quando da minha aposentadoria e obedecendo as regras do INSS, compareci muitas vezes a uma agencia da Caixa Economica Federal.
Tudo caminhava bem e efetivamente recebi todos os meus direitos conforme os prazos determinados.
Sòmente o referente ao PIS-Pasp não funcionou. A cada data estipulada aparecia um proble
ema e tudo se complicava.
Fui obrigado a brigar diretamente com a gerência e por fim, obtive a certeza que em tal data tudo estaria resolvido.
Portanto obedecendo o cronograma, fui até a agencia da CEF no dia estipulado.
A agencia fica em uma avenida importante de SP e estava completamente interditada em virtude de um acontecimento muito especial - por ali ia passar o cortejo de sua santidade o Papa Bento XVl.
Ao ser atendido e conversando com a funcionária, contei a ela todas as minhas idas e vindas, desencontros, mal entendidos e brincando, profetizei - só receberia aquele dinheiro no dia que o Papa passasse por ali!!!!!!
A mulher arregalou os olhos e quase desmaiou já acreditando em um milagre, e entre maravilhada e perplexa exclamou:
---- O Papa passou por aqui!!!!!
A admiração foi total e voltei para casa com o dinheiro no bolso.
Obrigado senhor Papa.

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Após visitar um cliente em São Caetano vinha eu com minha Brasilia 79 pela Rubem Berta, logo após ao aeroporto de Congonhas e tambem após a Avenida Bandeirantes, e aí... surpresa - o melhor é contar rápido, sem pensar muito - um pneu caiu em cima do meu carro!!
Foi um impacto fortíssimo. Por sorte caiu do lado do carona (eu estava sozinho), quebrando o parabriza e se acomodando, em parte, no banco dianteiro.
Susto? Susto é pouco.
Estava no meio da avenida e precisei de muito sangue frio para , primeiro assimilar aquele absurdo e depois levar o carro com segurança até o acostamento lateral.
Consegui chegar até um posto de serviço e lá estacionar.
Nesse momento chega esbaforido o causador do estrago.
Ele tambem foi vítima do inesperado. Vinha ele pelo lado oposto da avenida, quando a roda dianteira se desprendeu e começou um estranho balé saltitando entre os carros, depois uma pulou uma passarela e caiu em cima, sabe de quem? Advinharam.
Sem contar as despesas, aprendi que ao sair de casa o melhor é estar atento e aceitar resignado as artimanhas do acaso.