domingo, 12 de julho de 2009

Ditadura financeira

Hoje, estamos assistindo o debate daqueles que apostavam no oráculo maior do sistema financeiro. Nesse mundo de faz de conta conviviam os magos e bruxos que decodificavam os maliciosos e, via de regra, perniciosos sinais emitidos pelo todo poderoso mercado.
A festa acabou!!!!
Até agora convivíamos com valores invertidos, dando valor extremo aos excessos cometidos pelos economistas de plantão, cuja orientação estava sempre vincada na visão financeira de qualquer problema, ou seja, a busca a todo custo pelo lucro em investimentos em derivativos e/ou outras artimanhas. Poucos estavam mesmo preocupados em produzir, em gerar bens de consumo real, de formar bolsas garantidoras de formaçaõ de ativos verdadeiros a consubstanciar, mesmo que parcialmente, a obtenção de algum lastro para garantir tanta irresponsabilidade financeira.

Agora, se me permitem conto um "causo" que vivenciei.
Houve uma época em que trabalhei em uma grande empresa, cujos sócios majoritários eram descendentes de alemães. De primeira geração, portanto ainda trazendo dentro de si, o rigor e a disciplina sempre presente na educação germânica.
Nessa empresa todos os executivos principais, gestores de cada divisão eram egressos do setor financeiro.
Com essa cultura era evidente que todas as decisões e estratégias passavam obrigatoriamente pelo oráculo sempre fiel da calculadora.
Mesmo, pasmem, aqueles produtos ainda embrionários, em fase de projeto e ainda necessitando de uma avaliação mais profunda sobre a sua aceitação no mercado, tinham que ser mensurados sob o ponto de vista financeiro. Visão estreita e preconceituada, focada nas estratégias que privilegiavam o binômio alta rentabilidade/alta margem de lucro.
As ponderações e pesquisas do setor comercial não eram consideradas, mesmo porque, os executivos dessa área eram subavaliados e de certa forma desprezados dentro de um contexto perverso de elitismo dos conhecedores de números.

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