sábado, 23 de julho de 2016

voltando no tempo para configurar melhor o que vou escrever em seguida:
No dia 11/04/2016 realizou-se uma manifestação de intelectuais e artistas a favor do "bom senso"(a mercadoria mais cara do mundo) em defesa da Democracia, contra o golpe.
A propósito lembro que um dos participantes - Chico Buarque de Holanda - foi vítima de uma agressão proporcionada por energúmenos microcéfalos - fascistas, ignorantes políticos.
Acredito que este fato, ao contrário do que se esperava, provocou uma enorme,  maravilhosa e regeneradora reação de nacionalismo, democracia e respeito por esse nosso "paisão" (como diria Darci Ribeiro). Sim este Brasil altivo cujos filhos o respeitam e lutam para que não desista de sua cruzada na busca, sem treguas da igualdade social e de sua procura, às vezes utópica de sedimentar cada vez mais fundo o aprimoramento do "Ser Humano".
Chico, nosso autor maior é um músico e poeta . Pra consubstanciar a importância da música reproduzo abaixo texto do José Miguel Wisnik sobre a filosofia da música:
"Ela nos indica como a  forma musical visa a resolver questões ligadas à relação entre o pensamento e a natureza, a determinação ao estatuto do acaso e da necessidade aos modos de intuição do tempo, entre outros. Como se a filosofia nos lembrasse que a razão sempre encontra na música traços de um caminho que ela mesma construiu".
Chico, sem dúvida, segue essa linha e bastou essa agressão para que, inesperadamente suas músicas voltassem a ser ouvidas e interpretadas como um grito pungente e esperançoso, gerado do fundo da alma de uma massa crítica que quer de volta o Brasil real e seu enorme potencial para crescer e principalmente quer de volta o seu otimismo e a alegria do seu povo.
Dentre as músicas que voltaram a ser lembradas destaca-se uma que reputo emblemática - "Vai Passar". È o novo hino nacional, com todos cantando o seu refrão apropriado para a ocasião - "Vai Passar".
Vai passar o pessimismo, a grita das elites fascistas, das bandeiras pró volta dos militares, o culto a Bolssonaros. Frotas, Loboês e outros idiotas(os idiotas e as baratas são pragas incuráveis).
O Vai Passar contem metaforicamente, nessa versão cantada pelo Chico um sentimento de esperança e otimismo, apostando na volta de um Brasil solidário e unido.
Atrás do interprete ouve-se um batuque apoteótico e agressivo somado a um coro de mulheres que canta com voluntarismo e emoção. Cantam com uma garra e uma vontade avassaladora, própria de quem, cansado de tantas injustiças e convivendo mal com a hipocresia e o mau caratismo dessa plutocracia desonesta, pusilâmine e burra ( tem a cabeça tão vazia que não cabe mais nada dentro), exalta sua indignação nessas letras formidáveis do velho Chico Buarque.
Um coro cujo som sai do fundo do coração, misto de convicção, raiva, rebeldia, inconformismo contra aqueles que não tem olhos de ver.
Vai Passar me fez sair do estupor desse verdadeiro massacre (mídia, oposição) contra o governo transportando-me para a euforia e o otimismo que seguramente todo brasileiro almeja.

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