segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Conceitos sobre o ato de contratar

O capitalismo de hoje, ao reduzir o número de trabalhadores, reduz tambem o de consumidores, embora eleve a renda daqueles que continuam trabalhando.
Ecos perversos da imposição de métodos neoliberais que desnorteou e confundiu a missão precípua de uma economia sadia - produzir bens e ativos necessários para fortalecer e lastrear a enorme quantidade de dólares acumulados irresponsavelmente pelo operadores do mercado financeiro.
Vê-se, com espanto, a diminuição quase total de oportunidades de trabalho àqueles que percorreram o mesmo caminho da chamada classe média, ou seja, aquela em vias de extermínio.
Relembramos que esses profissionais, oriundos daquela classe, se esforçavam para obter o sonhado diploma universitário.
Com ele debaixo do braço estavam seguros que, no devido tempo, conseguiriam seu espaço e uma colocação para exercer a sua profissão.
O que é visível atualmente é a constatação que não basta ter simplesmente um diploma
universitário. È necessário somar a ele o mestrado, o doutorado, a pos-graduação, o PHD e outros, na tentativa de afirmar, através do estudo, o seu potencial e o seu individualismo.
Engano de visão, pois a este profissional, via de regra, falta a experiência, requisito fundamental quando se pensa no desenvolvimento dos problemas corporativos
Acresce-se a isso, o agravante da exigência, um tanto contraditória mas imprescindível dos limites da idade. Tem que ser jovem.
Forma-se a equação perversa - jovem, alta graduação, experiência comprovada.
Isso sem contar, na outra ponta, o alto custo de um posto de trabalho nessa nossa sociedade tecnológica.
Trabalhador do conhecimento requer investimentos em aparato tecnológico capaz de faze-lo alcançar alto nível de produtividade.
È necessário um crescimento exponencial de capital fixo, para em consequência, buscar a excelência em produção e daí contratar trabalhadores de alta qualificação.
Dentro desse quadro é natural se constatar, com tristeza, o afloramento de processos de seleção cada vez mais apurados na intensificação de uma deprimente e selvagem competição.
Torna-se uma virtude aquele que se mostra mais agressivo em se identificar com o sucesso a qualquer custo, passando como um trator por cima de valores e/ou princípios que enalteçam o respeito, a solidariedade e a decência.
Jovens se degladiando em processos cretinos de seleção televisivo, mostrando abertamente e com surpreendente orgulho seus "dons" mais obscuros, da valorização a todo custo, do próprio ego.
Em contrapartida vê-se, com pesar, a formação de uma verdadeira legião de excluídos.
Devido a escassez de vagas e a consequente necessidade da busca de profissionais "especiais", concentra-se hoje nas consultorias de Recursos Humanos (Head Hunters), esse trabalho de prospecção e seleção.

Continua...

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