sábado, 16 de janeiro de 2016

CAUSOS CORPORATIVOS

"O Pneu Voador" -

     "Tudo leva mais tempo do que se espera
       Tudo é mais difìcil do que se pensa
       Tudo o que pode não dar certo, não vai dar certo
       De onde menos se espera, daí que não sai nada mesmo."
                                                       
                                                    Leis de Murphy


As leis de Murphy. Quem não as conhece? Quem já não com elas brincou e recitando suas assertivas tentou justificar acontecimentos desagradáveis e pouco produtivos?
Quase sempre elas se tornam verdadeiras, na medida exata do pessimismo e baixo astral de quem com ela concorda. Geralmente, para tentar justificar a sua "má sorte". Lamentações, alta estima baixa, falta de motivação.
O melhor seria esquecer o Murphy e arregaçando as mangas pensar positivamente e ser otimista.
Em determinada fase da vida, atravessei momentos difícies, os quais estavam me levando ao desânimo e àquele sentimento perverso de se sentir excluido - nada dá certo para mim!
Estávamos no início da década de 80 e eu possuia uma Brasília 77. Este carro ainda era respeitado e o seu proprietário podia se orgulhar de possuí-lo.
O que vou relatar é absolutamente inusitado, chegando a ser bizarro. Alguns "mui amigos" comentam em voz baixa e maldosamente que não passa de uma grande mentira.
Às vezes, quando estou com paciência, peço o testemunho de pessoas que presenciaram a cena.
Faço isso com honestidade. Nada relacionado com o que era exigido pelo Baudolino( Humberto Eco) que dizia: "Atenção, não peço que testemunhes o que considerares falso, que seria pecado, mas que testemunhes falsamente o que julgar verdadeiro".
Mas vamos aos fatos.
Determinada manhã estava eu dirigindo a minha BMW (Brasilia Muito Velha), vindo de um encontro de negócios no ABC paulista.
Acabava de adentrar a 23 de Maio, vindo da Av. Bandeirantes, ali na altura do aeroporto de Congonhas.
De repente, como se vivenciasse um sonho, fui surpreendido com uma visão extraordinária.
Estava olhando de forma idiota e sem acreditar para um pneu suspenso no ar.
Ele, pneu, havia ultrapassado a passarela de pedestres, bateu uma vez no chão e tomando impulso estava em rota de colisão com quem? Adivinharam, o danado chocou-se violentamente com o parabrisa do carro e acomodou-se , sem cerimônia, no banco do carona ao meu lado.
Após o susto e de forma surpreendente mantive a calma e consegui, com esforço, encostar no meio fio.
Barulho ensurdecedor, buzinas estridentes, xingamentos, freadas, enfim o cáos.
E eu sentado, branco, horrorizado, tendo como companhia um pneu - sim ele era redondo e preto.
Fui cercado pela multidão que normalmente ocorre em acidentes - curiosos, gente solidária oferecendo ajuda, aproveitadores (o sr. já tem seguro?), proprietários de funilaria, etc.
Finalmente apareceu o "dono" do pneu. Contou que estava na pista contrária da 23 de Maio e que repentinamente, após um estrondo, e a perda de controle do carro,percebeu que o pneu do seu lado esquerdo desprendeu-se, com roda e tudo,e começou a pular pela avenida como se tivesse vida própria.
Na certa imaginou que já fosse carnaval e era hora do desfile da sua escola - a unidos da borracharia.
Enorme prejuizo.
O pior foi tentar explicar para a minha mulher que eu havia sido atropelado por um pneu.
Ela só acreditou quando em casa teve a paciência e o enorme trabalho de tirar, quase um a um, as centenas de migalhas de vidro que ficaram impregnadas no meu terno.
Portanto, naquele momento, ao invés de invocar a lei de Murphy, achei mais conveniente agradecer aos céus estar ainda vivo.

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